A médica veterinária Fabíola Guimarães acompanha o border collie Sid em uma sessão de condicionamento físico. Veja vídeo utilizando a tecnologia da Realidade Aumentada
A médica veterinária Fabíola Guimarães acompanha o border collie Sid em uma sessão de condicionamento físico. Veja vídeo utilizando a tecnologia da Realidade Aumentada | Foto: Gina Mardones



Assim como os humanos, os pets também já têm acesso a médicos veterinários especialistas como oftalmologista, cardiologista, dentista e outros. Entre esses campos não poderia faltar a fisioterapia, fundamental para a reabilitação pós-cirúrgica e também para auxiliar no condicionamento físico dos animais, sejam eles saudáveis ou portadores de alguma patologia, como obesidade, problemas cardíacos ou com displasia, por exemplo.

Há quase oito meses a médica veterinária Fabíola Guimarães, especialista em fisioterapia animal, abriu uma clínica com foco específico em reabilitação, prevenção e tratamento de lesões e condicionamento físico. No espaço os animais têm acesso a aparelhos modernos como hidroesteira, laser, ultrassom, eletroterapia, entre outros.

"Nosso objetivo é não somente restabelecer a parte musculoesquelética dos animais, mas também trazer analgesia e controle da dor, além de trabalhar com os animais para fortalecimento, prevenindo lesões. Hoje muitos tutores moram em apartamento e os cães ficam o tempo todo em piso liso, isso pode acarretar problemas. Aqui eles fazem exercícios terapêuticos com o auxílio de obstáculos e também podem fazer o tratamento com os aparelhos. A hidroesteira, por exemplo, ajuda no fortalecimento e regulando o nível da água conseguimos trazer ganho de condicionamento físico e de musculatura. Cada cinco minutos nela equivalem a 15 minutos de caminhada", explica.

Guimarães conta que atende tanto os tutores que levam os animais com indicação de outro veterinário, como um ortopedista, até aqueles que buscam o serviço de prevenção. Porém, se durante as sessões ela percebe qualquer problema no animal, faz o encaminhamento para outro veterinário. "Trabalhamos em cima de um diagnóstico. Já tive paciente que veio fazer o trabalho de fortalecimento e percebi que o animal poderia ter algum problema cardíaco, fiz o encaminhamento imediato", conta ela.



Cada sessão dura entre 30 e 40 minutos e é direcionada de acordo com a necessidade de cada pet. Um dos seus pacientes é o border collie Sid, de 5 anos. Sua tutora, a administradora Daniele Mendes Gaziri conta que ele sofreu uma ruptura dos ligamentos do joelho e precisou ser operado. "Seguindo a recomendação do ortopedista, ele fez sessões pré e pós-operatórias, para diminuir a dor e restabelecer os movimentos. Hoje trabalhamos com a fisioterapia de fortalecimento, já que o outro joelho também corre o risco de ter a mesma lesão."

Por se tratar de um animal muito ativo, a tutora conta que teve receio de que ele ficasse com os movimentos limitados, ou sofresse com dor, mas a recuperação foi excelente. "Foi um trabalho em conjunto entre nós, tutores e os veterinários. Fico feliz de Londrina já oferecer esse tipo de estrutura", destaca Gaziri.

Londrina tem um cão para cada quatro habitantes
Não é novidade alguma que os pets passaram de bichos de quintal para membros da família. E muitos investidores já perceberam que o setor pet pode ser um ótimo negócio. De alimentação a brinquedos, passando por roupas e camas, além da parte de higiene e medicamentos, há opções para todos os gostos e bolsos.

Segundo dados sobre a indústria pet da Euromonitor International, em 2019 o Brasil será o 2º maior mercado pet no mundo. De acordo com as estatísticas, o mercado global atingirá US$ 109 bilhões em 2017 e o Brasil, hoje na terceira posição, ultrapassará o Reino Unido.

Segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), o Brasil tem a segunda maior população de cães, gatos e aves canoras e ornamentais em todo o mundo e é o quarto maior país em população total de animais de estimação. São 52,2 milhões de cães, 22,1 milhões de gatos, 18 milhões de peixes, 37,9 milhões de aves e mais 2,2 milhões de outros animais. O total é de 132,4 milhões de pets.

Uma pesquisa inédita realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais com internautas que possuem ou são responsáveis financeiros por um animal de estimação revela que 61% dos entrevistados consideram seus pets como um membro da família. E para cuidar do bem-estar desses companheiros, eles gastam, em média, R$ 189 todos os meses, cifra que aumenta para R$ 224 entre os consumidores das classes A e B.

Em Londrina, um Censo Animal realizado entre 2013 e 2014 apontou que há um cão para cada quatro habitantes, sendo assim, é natural que esse mercado seja aquecido por aqui também. Além de negócios de menor porte, as grandes redes também se interessam pelo município. Gigantes do setor, como Petz e Cobasi inauguraram suas filiais recentemente. Ambas oferecem variado mix de produtos, consultório veterinário e banho e tosa.

O empresário Vinícius Bianchini de Paula investe em refeições congeladas para cães: produto direcionado para animais adultos e saudáveis
O empresário Vinícius Bianchini de Paula investe em refeições congeladas para cães: produto direcionado para animais adultos e saudáveis | Foto: Saulo Ohara



Comida boa pra cachorro!
Apesar de a ração ser considerada um alimento completo e nutricionalmente balanceado, nem todos os cães se adaptam a ela. Por problemas de saúde ou simplesmente paladar, alguns peludos apreciam mais os alimentos naturais, como carne, arroz e legumes.

A alimentação natural é prevista pelos veterinários, que apenas alertam que optar por ela não significa o mesmo que dar o resto das nossas refeições. Cães precisam sim de uma refeição balanceada para evitar problemas de saúde. Como nem todo tutor dispõe do tempo necessário para cozinhar os ingredientes, as refeições congeladas para cães podem ser um bom negócio.

Foi apostando nesse filão que o empresário Vinícius Luiz Bianchini de Paula abriu há dois meses a Dog Chef. Ele conta que a ideia surgiu há oito meses e foi preciso algum tempo para ela sair do papel. "Os tutores querem que seus cães tenham qualidade de vida e uma alimentação saudável, por isso a receptividade tem sido muito boa. Alguns não querem dar ração, outros querem uma alimentação livre de conservantes e aditivos que podem não fazer tão bem para os animais. Não quero dizer com isso que a ração não seja boa, mas é uma escolha de cada um e às vezes até uma recomendação do veterinário", afirma.

Bianchini comercializa as porções cozidas e congeladas, em duas versões, com carne bovina ou frango. Complementam a alimentação arroz, abobrinha e cenoura, além de vísceras e suplementação mineral e vitamínica. Os tutores podem comprar as porções individuais ou assinar planos mensais, com condições diferenciadas. A marca também oferece biscoitos de cenoura, beterraba ou alfarroba.

A produção é terceirizada e feita em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. "Desenvolvi a marca e optei por terceirizar a produção por uma questão de custos. Tenho todos os profissionais responsáveis, um veterinário que orienta, mas precisaria de uma cozinha diferenciada, contratar os profissionais certos e no primeiro momento optei por ir inserindo aos poucos esse produto."

Cada pacote contém 400 gramas de alimento, dividido em duas porções. A quantidade que cada cão irá ingerir diariamente depende do peso de cada um e da orientação do veterinário, mas, segundo Bianchini, cada pacote é suficiente para a alimentação diária de um cão que pese entre 11 e 13 quilos.

"Nosso produto é direcionado para cães adultos e saudáveis. Fora disso recomendamos que o tutor consulte um veterinário antes", orienta o empresário. (E.G)