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| Foto: Gustavo Carneiro
Rafael Bianco e Verônica Melin Rosa dividem as tarefas domésticas: "Eu gosto de cuidar da casa, não tenho problema com isso", diz o marido. Veja vídeo utilizando a tecnologia da Realidade Aumentada



Na sala de jantar, mesas e cadeiras desenhadas por ele. O marido estava na cozinha preparando o jantar enquanto a esposa conversava com a equipe da FOLHA explicando porque acredita que o marido seja um Homão da Porra.
Rafael Bianco, 27, saiu de Pedrinhas Paulista, interior de São Paulo, para estudar em Londrina. Trocou a chácara onde morava com a família pelo caos de uma república. "Na primeira semana em que a gente se conheceu, há 6 anos, fui jantar na casa dele. Ele que organizava tudo lá: pratos, talheres, panelas", observa hoje a esposa, Verônica Merlin Rosa, 30.
"Naquele dia, ele fez macarrão com a massa dele e com o molho caseiro da família. Fez também um pão e uma geleia. Eu não gosto muito de macarrão, na hora eu não contei", brinca. Mas Rosa foi arrebatada pelo tempero. "O tempero dele é surreal, tudo que ele inventa de fazer fica maravilhoso", elogia.
Na época, a assistente de pesquisa morava sozinha e percebeu os dois extremos: ele metódico, organizado; ela despojada, não tão dedicada aos serviços domésticos. Hoje, a diferença não é mais tão acentuada, mas gera brincadeiras entre eles. "Quando eu ia na casa dela, só tinha água na geladeira", ri Bianco.
No entanto, os talentos não se limitaram à cozinha, Rosa viu na convivência o discernimento para a distribuição de tarefas, que ocorreu de forma natural. "Ele veio morar comigo e não foi um acordo, foi natural. Como o Rafa é alérgico, a gente sempre lavou as roupas separadamente. Ele lava as roupas dele e eu lavo as minhas", explica.
O restante das tarefas são divididas porque "ninguém tem tempo", como indica o engenheiro ambiental. Os dois trabalham fora, não têm filhos, mas possuem rotina agitada, por isso, a atividade é feita de acordo com a disponibilidade de cada um.
Quanto à manutenção, Bianco faz tudo: lixa a parede, pinta a casa, faz pequenos reparos. Fora isso, o engenheiro também pinta quadros e sabe bordar. "Fez parte da minha educação, minha mãe era exigente e meus nonos deram o exemplo", orgulha-se o filho único.
Por conta dessa educação, Rosa se sente premiada por encontrar um parceiro consciente e não acredita mais na divisão de tarefas estabelecidas como femininas ou masculinas. Dessa forma, lamenta que algumas pessoas ainda a veem com estranheza. "Principalmente o pessoal de mais idade, eles não aceitam muito que a esposa não lave, passe ou cozinhe. É ainda inaceitável que homem faça mais que a mulher", afirma.
Os amigos brincam, já fizeram a comparação com o Rodrigo Hilbert ou o chamam Bianco de dona de casa. "Não me incomodo, nunca me incomodou. Eu gosto de cuidar da casa, gosto de cuidar da cozinha, não tenho problema com isso", argumenta.