'Eu não me sinto na terceira idade'
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sábado, 11 de fevereiro de 2017
Não são só os casais que podem vivenciar uma maturidade feliz. Ao contrário do que cantou Tom Jobim, é possível, sim, ser feliz sozinho. A pedagoga aposentada Neusi Berbel é prova disso. "Fui casada durante cinco anos, há mais de 30 anos, e nunca mais me casei. Mas não me sinto sozinha porque tenho muitos amigos e uma rotina bastante ocupada", conta.
E bota ocupada nisso. Aos 67 anos, Neusi participa de grupos de meditação, alongamento, pintura, é membro da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina e ainda trabalha esporadicamente, mesmo depois de duas aposentadorias. "O trabalho, para mim, é muito importante, é fonte de vida. Mas hoje trabalho menos, com formação pedagógica de professores. Decidi me aposentar pela segunda vez antes de completar o tempo de contribuição para poder fazer outras coisas que me agradam", conta.
A pintura com aquarela é uma delas. Ela já tinha certa familiaridade e o conhecimento da técnica antes da aposentadoria, mas só pôde se dedicar aos quadros nos últimos anos. "É uma coisa que eu gosto muito de fazer e me faz muito bem", argumenta.
Todas essas atividades fizeram com que Neusi chegasse à terceira idade sem se sentir idosa. "Eu não me sinto na terceira idade. Só percebo que a idade chegou quando olho no espelho. Mas eu tenho uma criança muito forte dentro de mim que não deixa que eu me incomode com isso", justifica. E assim será toda a velhice, garante ela. "Eu gosto muito da vida. Enquanto eu tiver lucidez e saúde, vou estar sempre buscando formas de evoluir em algum aspecto." (J.G.)