Ariel Dutra com a saia de tule que costurou para um casamento: "Gosto de não ter a necessidade de depender do outro"
Ariel Dutra com a saia de tule que costurou para um casamento: "Gosto de não ter a necessidade de depender do outro" | Foto: Celso Pacheco



As delícias de poder criar e costurar as roupas para suas bonecas acabaram levando Ariel Cristina Bogado Dutra a prolongar um pouco mais a brincadeira. Enquanto a maioria das meninas costuma deixar as bonecas de lado lá pelos 10 anos, ela tinha "12 ou um pouquinho mais" e ainda estava às voltas com suas pequenas modelos. "Não sei mesmo dizer se eu gostava de brincar com elas ou era para costurar. Mas fui mesmo um pouquinho além da média", diverte-se.
"Eu e uma amiga pegávamos roupas velhas e costurávamos na mão. Tinha um amigo que a avó dele costurava e ele pegava os retalhos para nós e a gente ia fazendo as roupinhas", lembra Ariel, que não se conformava que a boneca vinha com uma roupa apenas. Adulta, ela passou a turbinar o próprio guarda-roupa com peças de sua autoria. "Sou muito magra, então dificilmente encontro algo que me sirva. Tenho que reformar muita coisa", explica a estudante de artes visuais.
Uma tia foi a inspiração para Ariel. "Um dia cheguei nela e pedi para ela me ensinar. Passei algumas tardes indo lá. Ela que me deu a minha primeira máquina de costura", conta com carinho. "Até pensei em fazer moda, mas aí quando fui ver os cursos eu concluí que não tinha muita paciência para ficar nas novas tendências de moda. Gosto de usar o que vou me sentir bem. E aí cheguei em Artes", lembra.
Quanto tinha 15 anos, Ariel decidiu trocar o tom do cabelo e optou por um vermelho. "Ia ao salão, mas aí começou a ficar caro e eu passei a fazer em casa", diz. "Gosto de não ter a necessidade de precisar do outro", resume a estudante. Os cabelos agora estão descoloridos e, claro, por conta própria. "Eu pintava com tinta normal, é a primeira vez que descolori. Dá um pouco mais de medo do que pintar", diz, mesmo assim sem se intimidar. "Tem que ir experimentando. Às vezes faço coisas que dão muito errado. Acontece e a gente só melhora fazendo", ensina.
As paredes da sala, do quarto e de um dos corredores também foram alvo da estudante. "A gente não chegava a uma conclusão da cor, então compramos tinta branca e eu misturei os pigmentos", aponta. A ideia agora é compartilhar suas experimentações em um canal do YouTube em parceria com a amiga Carol Kihara. O nome já foi escolhido: Pimenta Sereia. E o primeiro deve ser de uma das peças que Ariel mais gosta de usar e costurar: saia.