"O pão caiu por acidente na minha vida", diz Ricardo de Arruda Mendonça, que formou-se em Agronomia, mas atua no ramo da panificação
"O pão caiu por acidente na minha vida", diz Ricardo de Arruda Mendonça, que formou-se em Agronomia, mas atua no ramo da panificação | Foto: Gustavo Carneiro



De farinha branca ou integral, com grãos ou com muita manteiga – como os brioches -, os pães dificilmente ficam de fora da mesa do café da manhã. E muitas pessoas estão vendo neles uma fonte de renda. Produzidos de forma mais artesanal, muitas vezes usando a fermentação natural, os pães se tornaram o "ganha-pão" de muita gente.

Formado em Agronomia, Ricardo de Arruda Mendonça já trabalhou em cooperativas e multinacional. Foi depois de ser dispensado do último emprego que ele começou a produzir pães artesanais como hobby.

"O pão caiu por acidente na minha vida. Eu estava vendo uma revista de gastronomia e vi o anúncio de um livro sobre pães. Me chamou a atenção um pão rústico que ilustrava a capa. Comprei o livro e comecei a ler e a estudar sobre panificação. Por ser agrônomo, a fermentação natural foi algo que me atraiu, achei interessante poder fazer minha própria fermentação, sem a adição de fermentos. Então comecei a fazer os pães para a família. Eventualmente fazia para um amigo, levava um pão para alguém", explica.

Ele conta que nunca tinha feito pães antes, mas tinha certa habilidade na cozinha. Como muitos dos negócios artesanais, os amigos começaram a fazer encomendas e foi então que Mendonça percebeu que poderia começar a vender sua produção: multigrãos, centeio, italiano, focaccia e orgânico, entre outros. Trabalhar com a panificação se tornou uma nova fonte de renda e também uma forma de ficar mais perto da família, já que no emprego anterior ele morava fora de Londrina.

Para se aperfeiçoar, Mendonça começou a buscar cursos e foi estudar em São Paulo. "Conheci um padeiro cuja família trabalha com isso há 100 anos. Começamos a trocar informações pelo Instagram e depois fui fazer um curso com ele. Também busquei outros cursos em Londrina."

A "Padoca do Tiorix" hoje funciona mediante encomendas feitas pelas redes sociais. Entrego os pães encomendados e também alguns excedentes em uma casa onde funciona um coletivo. Também tenho clientes que fazem uma assinatura mensal. Trabalhar com pães artesanais não foi algo pensado, uma escolha e sim algo que foi acontecendo", destaca.