"Meus cabelos representam as fases pelas quais estou passando. Inclusive já estou planejando mudanças para quando terminar o doutorado", diz a professora universitária Lisiane Freitas
"Meus cabelos representam as fases pelas quais estou passando. Inclusive já estou planejando mudanças para quando terminar o doutorado", diz a professora universitária Lisiane Freitas | Foto: Gustavo Carneiro



A professora universitária Lisiane Freitas conta que sempre teve muita liberdade com seus cabelos. Ostentando atualmente um corte mais curto e com coloração e mechas, ela enumera os diversos visuais que já teve, que vão desde longos cabelos castanho escuros até fios loiros.

"Meus cabelos representam as fases pelas quais estou passando. Se eu começo ou termino um relacionamento, quando tive meu filho, quando terminei meu mestrado. Inclusive já estou planejando mudanças para quando terminar o doutorado", conta rindo.

Ela lembra que acima de tudo a mulher precisa escolher um corte que seja prático para ela, já que a correria do dia a dia com filhos, trabalho e a rotina da casa exige praticidade. Sempre bem arrumada, Lisiane diz que procura estar bonita e maquiada em respeito a seus alunos.

"Gosto de me arrumar, acho que as outras pessoas merecem isso. Como cabelo cresce, estou sempre mudando e não me prendo à opinião alheia, mesmo do meu companheiro ou da minha família. Meu filho também está acostumado, sempre que chego com o visual diferente ele elogia. Na verdade a única pessoa que me diz o que fazer com o cabelo é o meu cabeleireiro, com quem já estou há 19 anos. Às vezes chego com alguma ideia, peço para cortar de determinado jeito e ele me diz que aquilo não vai ficar bom em mim ou que não será prático. Outras vezes ele brinca que tem 'planos' para os meus cabelos e se nega a cortar muito", afirma.

Lisiane diz ter consciência de que os homens geralmente não gostam muito de cabelos curtos, mas que não liga para isso. Entre as amigas, ela conta que algumas elogiam seu visual, não só por causa dos cabelos curtos e da maquiagem mais marcante, mas também por causa das roupas mais despojadas e muitas vezes sem mangas. "Elas me dizem que acham lindo, mas que os maridos não deixariam que elas se vestissem assim."

A observação da professora universitária é compartilhada pelo hairstylist Maykon Domingues, do salão Jacques Janine Londrina. Ele atesta que muitas de suas clientes relutam em mudar o visual por conta do marido, do namorado, dos filhos e até do trabalho. "Algumas profissões não permitem visuais muito extravagantes, como médicas e advogadas. Outras limitam o tamanho do cabelo, que precisa estar sempre preso. Mas acho que a mulher deve ir pelo gosto dela", declara.



Domingues afirma que é bastante comum a mulher mudar o visual quando muda de trabalho ou de relacionamento, ou ainda quando sai de férias. "Tem aquela que aproveita o período longe do trabalho para ousar um pouco e depois retorna para algo mais tradicional. Porém, percebo que as mulheres estão mudando. Ao verem que pessoas de expressão, os chamados influenciadores digitais, estão ousando mais nos cortes e tinturas, elas se permitem ousar também."

O hairstylist diz que ao finalmente fazer um corte ou tintura que tanto desejou, a mulher ganha mais autoconfiança e se sente muito mais feliz. "Percebo que a maior vontade da mulher é de fazer uma coloração diferente, não tanto o corte, embora muitas chegam aqui e reduzem bastante o comprimento, doam os fios, é muito interessante. Meu conselho é que a mulher faça o que tem vontade. Tem que mudar mesmo os cabelos, mexer com sua autoestima. Digo que cabelo é um acessório, pode brincar com as cores e os cortes."

Imagem ilustrativa da imagem Cabelos são representações do estado de espírito feminino