"Fico surpreso porque não sou comediante, mas tenho aproveitado bastante esse gênero nos últimos anos também no teatro e no cinema", diz o ator de 41 anos
"Fico surpreso porque não sou comediante, mas tenho aproveitado bastante esse gênero nos últimos anos também no teatro e no cinema", diz o ator de 41 anos | Foto: Mauricio Fidalgo/Globo



Integrar o elenco seleto da linha de shows das emissoras é um desejo de diversos atores. Danton Mello sabe disso e entende que a atenção especial que é dada a esses produtos influencia totalmente no resultado final. Mas garante: pelo menos no ‘Tá No Ar: A TV na TV’, humorístico exibido às terças-feiras pela Globo, não tem vida fácil. "As pessoas pensam que é moleza, mas estão enganadas. Trabalhamos de segunda a sábado e muitas vezes ficamos o dia todo em uma única cena", diz ele.
Aos 41 anos, o mineiro confessa que está se redescobrindo na comédia e, na entrevista a seguir, conta que pensa em dirigir algo na TV e que se prepara para, em breve, voltar às novelas em ‘Pega Ladrão’, a próxima das 19h da emissora.

Para você, quais foram os principais avanços desta temporada do ‘Tá No Ar: A TV na TV’?
Acho que conseguimos reservar boas surpresas para o público e participações bastante especiais. O programa, na verdade, tem a mesma pegada e clima do início. Vejo uma preocupação enorme com a qualidade e isso me motiva demais. Às vezes, uma cena que você vê durante 15 segundos no ar tomou um dia inteiro de gravação.

As referências do que falar ou brincar em cena vêm de palpites do elenco também ou normalmente chegam da equipe de texto mesmo?
Da redação, que passa meses preparando as temporadas. Alguns temas sobram do que foi pensado para a leva anterior de episódios. Às vezes é um sofrimento cortar materiais por falta de espaço. E muito do que se tira dá para aproveitar.

Vocês satirizam a TV o tempo todo. Seus hábitos como telespectador mudaram desde que você passou a atuar no ‘Tá No Ar: A TV na TV’?
Não. Na verdade, eu sempre vi televisão e gosto de saber o que está passando em todos os lugares. O que eu curto mais é assistir aos jogos de futebol e documentários. Mas fico zapeando demais. Hoje, a oferta é bem maior, então nem dá para acompanhar tudo. Mas eu sempre tentei estar antenado em relação às novidades. ‘Game of Thrones’ é uma série que eu acompanho, por exemplo.

O ‘Tá No Ar: A TV na TV’ é extremamente crítico e aborda assuntos relacionados não só à televisão, mas também à política e à sociedade. Já você era um ator que não tinha tanta experiência com humor na TV. Se surpreendeu com o resultado?
É verdade. Fiquei muito impressionado quando li o primeiro episódio do programa, depois que me chamaram. Achei ótimo, mas perguntei se iria realmente ao ar. É um humor inteligente e que exerce mesmo essa posição crítica. Fico surpreso porque não sou comediante, mas tenho aproveitado bastante esse gênero nos últimos anos também no teatro e no cinema. Acho que tem dado certo, estou feliz com isso.

Você já está escalado para a próxima novela das 19h da Globo. Pretende seguir se dividindo entre a linha de shows da emissora e os folhetins?
Estou lá e cá. Esse ano vou mesmo fazer novela, sim, mas ainda não posso falar sobre isso. Não comecei a trabalhar nela, então prefiro não entrar muito nesse assunto. Mas estou dentro. Esse é o meu próximo compromisso na TV, depois do ‘Tá No Ar: A TV na TV’.

No ‘Tá No Ar: A TV na TV’ vocês satirizam comerciais de produtos ou serviços que vocês mesmos ou colegas fazem. Como enxergam isso?
A gente tira sarro de tudo! Mas nada é feito sem as empresas saberem ou autorizarem. Mas ninguém nega. Pode ser que tenha acontecido na primeira temporada, não sei. Mas agora todos querem mais é que a gente brinque mesmo com as marcas.

Marcius Melhem e Marcelo Adnet escrevem e atuam no programa. Assim como eles, você tem vontade de assinar o texto de algum programa?
Não, eu não sou um bom escritor. Desde moleque, sempre foi um sofrimento fazer qualquer redação na escola. Acho incrível essa criatividade deles, principalmente porque ela brota na hora de gravar às vezes. É genial, mas eu não consigo. Prefiro receber o texto, estudar e decorar.

E de dirigir?
Tenho vontade. Só preciso de tempo, porque estou sempre emendando um trabalho em outro como ator. Para dirigir, é necessário ter bastante dedicação, não dá para conciliar com a agenda de ator.