No lugar certo

Augusto Köech: "Eu não descobri a roda, o terço existe há anos, mas é o jeito que você se posiciona" | Foto: Divulgação

Criatividade, fé, muito trabalho e bom gosto são alguns dos ingredientes da receita de sucesso do empresário curitibano Augusto Köech, proprietário da grife de acessórios masculinos Guto Köech, criada em conjunto com sua mãe, a designer Mari Köech. A grife traz colares, pulseiras e terços para carros, além de terços para noivas. Fundado há três anos, o negócio começou de maneira informal e hoje já conquistou famosos como Michel Teló, Luan Santana, Claudia Leitte, Lucas Lucco e Henry Castelli.

"Minha mãe sempre fez peças femininas, de maneira informal. Eu pedia para ela fazer uns produtos para eu usar. E eu tirava de mim e dava para os meus amigos em formaturas, aniversários. Eram terços. Daí eu percebi que eles recebiam aquilo de forma emocionada e eu tive uma ideia: fazer uma marca disso. No momento que decidi fazer a marca, levei a sério. A ideia realmente surgiu do nada, porque nunca tive vontade de ter uma empresa. Nunca tive esse espírito empreendedor, mas realmente, depois que começa, você se empolga", garante.

A empolgação de Augusto, perceptível mesmo em conversa pelo telefone, lhe rendeu, além de uma marca rentável, o Prêmio Jovem Brasileiro 2016, na categoria Empreendedorismo em Moda. "Isso foi uma surpresa, pensar que foi o prêmio que a Ivete Sangalo ganhou no segmento dela, o Luciano Huck ganhou no segmento dele e o Neymar também. Uma marca aqui do Sul conseguir chamar essa atenção. Somando a isso eu fui chamado para ser professor de empreendedorismo do Centro Europeu. Eu não descobri a roda, o terço existe há anos, mas é o jeito que você se posiciona. Existem milhões de marcas de acessórios que, inclusive, podem ser superiores à minha. Só que eu sempre digo que essas marcas vendem produtos. Se você abrir o Instagram da minha marca não tem isso. Me preocupo mais em contar a história das pessoas, histórias bonitas, mãe e filho, fé, isso chama a atenção" justifica ele.

O empresário não atribui à sorte e sim a muito trabalho o sucesso conquistado até agora. Nascido no Espírito Santo, ele conta que depois se mudou para Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo e de lá para Florianópolis, onde cursou jornalismo. Depois foi para Curitiba cursar pós-graduação em Administração e Marketing. Após trabalhar cinco anos com assessoria de imprensa, foi trabalhar na Wood´s, tradicional casa do gênero sertanejo universitário da capital. Foi lá que ele teve oportunidade de presentear vários artistas com seus terços, o que ajudou a impulsionar a marca.

"Eles usavam, tiravam foto, usavam para cantar, faziam uma postagem. E sabe como é rede social. Fiz um trabalho forte, começou a aumentar a visibilidade. Depois comecei a seguir o Instagram do Mister Brasil, mapeei os misteres de alguns Estados e mandei o presente para eles. Formou-se uma grande rede de contatos também. Comecei a fechar parceria com modelos, que tinham visibilidade nas redes sociais", explica o empresário.

A partir de então, Augusto começou a receber vários convites para participar de eventos em outras cidades e neste ano precisou escolher entre continuar empregado ou investir ainda mais na sua marca. Ele saiu da empresa, abriu o e-commerce e ampliou o alcance da marca, que já era comercializada em quatro pontos de venda em Curitiba e São Paulo, em endereços cobiçados nos Jardins e na Rua Oscar Freire. Segundo ele, há diversas propostas para pontos de venda, que são escolhidos com cuidado. "As pessoas acham que sucesso é estar em todos os lugares, mas acho que sucesso é estar no lugar certo", destaca.

Encontrar um negócio lucrativo, que faça sucesso e traga retorno em pouco tempo parece ser o sonho de muitas pessoas, ainda mais em tempos de crise, mas o empresário é categórico ao afirmar que é preciso muito mais do que isso para se destacar. "É muito cômodo as pessoas apontarem e dizerem que eu tenho sorte. Meu terço chegou nas mãos do Michel Teló porque eu fiquei três horas esperando por ele. Nada vem fácil, tenho consciência do meu esforço. Acho que se a pessoa quiser criar uma marca e fazer dar certo, ela vai conseguir. Isso eu tenho desde pequeno, de fazer diferente, de criar algo diferenciado. Criatividade acho que você nasce com ela, mas você também pode trabalhar isso."