Imagem ilustrativa da imagem Muito além da eliminação
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"Agradeço os ‘nãos’ de hoje, que me fazem mais forte e com mais vontade de continuar cantando e acreditando no que faço", diz Francine Missaka



Semana passada, uma londrinense ganhou destaque nas redes sociais por sua participação no X Factor, competição musical exibida pela Band. Dona de vocais poderosos – ela já liderou a banda do "Domingão do Faustão" -, Francine Missaka impressionou ao entoar a clássica "At Last", de Etta James, arrancou aplausos... E foi eliminada. A saída de Francine causou rebuliço no Twitter. Nesta entrevista à FOLHA, a cantora, que se dedica à arte desde os 17 anos, fala dos patrões famosos, como Leonardo, Sidney Magal, Seu Jorge e a banda Double You e faz um balanço de sua passagem no programa. "Agradeço os ‘nãos’ de hoje, que me fazem mais forte e com mais vontade de continuar cantando e acreditando no que faço", confessa.

- Como define sua passagem pelo X Factor? Você foi eliminada por dominar as técnicas e cantar muito bem. Surreal, não?
Pois é, confesso que não estava bem. O X Factor foi mais prova de resistência do que de canto. Foi massante demais, dei o que podia no momento, estava morrendo de dor de cabeça.

- Muitos candidatos reclamaram da longa espera nas filas...
Estava há 12 horas ali, fui a penúltima a me apresentar, os jurados estavam cansados, falei muito – cortaram muita fala minha.

- E valeu a experiência?
Sim, muito! Acredito que eles não querem cantores profissionais, conheço muitos amigos cantores profissionais que levaram vários "nãos" também, mas não foram para o ar. Eles já têm em mente o perfil traçado, cheguei à conclusão, definitivamente, que música não foi feita pra competir e sim agregar, passar energia, boas vibrações, desestressar.

- E a recepção do público, que tal?
Ganhei muitos fãs revoltados que acharam injusta minha eliminação. Recebi muitos recadinhos carinhosos e quer saber? No fundo, é isso o que vale!

- Por quanto tempo liderou a banda do "Domingão"? Como foi trabalhar com Faustão?
Foram três anos de banda. Ô loco, meu! (risos). Foi demais, como é bom trabalhar com músicos de primeira qualidade, isso só faz a gente crescer. Em relação ao Faustão, ele sempre nos destacava com muito carinho e admiração tanto ao vivo como nos bastidores.

- Quais os "reflexos" dessas reverências?
Puxa, quando ele fazia isso, a agenda lotava de shows. Eu só tenho a agradecer, pois, além de amar o que faço, Deus me coloca sempre nos lugares certos, com as pessoas certas, para me fazer sorrir e aprender muito sempre. Nada é por acaso!

- Seu Jorge, Double You.... Você teve alguns patrões famosos como backing vocal, não?
Trabalhar com o Seu Jorge foi a prova cabal de que quando mentalizamos, as coisas acontecem. Sempre cantei samba-rock nas noites paulistanas. Quando Seu Jorge surgiu na mídia, dei graças a Deus que alguém talentoso como ele estava e ainda continua levantando a bandeira do gênero musical. Seu Jorge é guerreiro, inteiro, ama o que faz e se entrega. É nele e em tantos outros patrões que tive, como Leonardo, Sidney Magal e Double You que me inspiro a continuar a lutar.

- Com qual frequência vem a Londrina? E de quê mais sente falta?
Tento ir sempre, juro que tento (risos). A cada dois meses, pelo menos, meu coração pede arrego. Na correria de São Paulo, acabo protelando. Sinto falta de tudo! Da vida boa, dos amigos, da família, do Lago Igapó, das baladas, dos tratamentos médicos que são ótimos...

- Ano passado, você lançou EP com seis músicas. Em 2016, vêm mais novidades por aí?
Estou lançando meu novo EP, que se chama "Musa" e já está nas plataformas digitais. Em breve, o clipe estará no ar e estou de paquera com uma gravadora. Vamos ver se dá namoro (risos).

FRANCINE EM QUATRO ATOS

Cantar, uma paixão
- "Sempre tive muita musicalidade, mas comecei a cantar profissionalmente aos 17 anos, quando fui convidada a integrar uma banda de baile da região."

Seu apelido é "japonêga"
- "A primeira vez que escutei isso foi de um fã, que virou amigão. Ele dizia que ia à Vila Madalena só para ouvir a japa, no caso, eu, com voz de cantora negra americana. O apelido ‘japonêga’ é uma honra e vem daí."

A música é seu sustento
- "Meu sonho realizado é viver da música. Meu sonho a realizar é continuar vivendo da música."

Ela protagonizou um musical
- "Ficamos em cartaz com ‘Miss Saigon’ por quase dois anos. Só tínhamos uma folga semanal. Foram dois meses de ensaio, oito horas ao dia. Ali é muito mais suor que glamour. Aliás, glamour? Só para o público."