Imagem ilustrativa da imagem Ganhando confiança
| Foto: Ramon Vasconcelos/Globo
Isabel Wilker, de 31 anos, que vive Adriana, em "Haja Coração": "É uma profissão que pode ser muito instável, muito difícil. Mas é, ao mesmo tempo, maravilhosa..."



Quem vê Isabel Wilker como Adriana, chefe da equipe de Fórmula Rally Mercúrio em 'Haja Coração', novela das 19h da Globo, nem imagina que a atriz fuja de cargos de liderança. Porém, ela confessa que a personagem acabou lhe dando mais confiança também fora de cena. Filha do falecido ator José Wilker (20 de agosto de 1944 - 5 de abril de 2014) e da atriz Mônica Torres, Isabel conta que até hoje bate uma insegurança sobre a profissão por conta de sua inconstância.

Na entrevista a seguir, a carioca de 31 anos fala sobre como foi a composição da sua personagem em 'Haja Coração' e da relação de amizade de Adriana com Beto (João Baldasserini) e Tamara (Cleo Pires) dentro da trama de Daniel Ortiz. Além disso, Isabel comenta sobre o processo de se descobrir atriz, se já pensou em desistir da profissão e quais são os seus planos para o futuro.

- A Adriana é chefe de uma equipe. Foi fácil encontrar o tom para a personagem?
Eu sabia mais ou menos o que eu queria fazer para dar vida a Adriana, e a direção entrou para ajudar e polir tudo isso quando começamos a gravar. Eu sempre tive horror à ideia de ser chefe, não tem nada a ver comigo (risos)! Mas está sendo ótimo pra mim. Essa profissão é meio mágica, no sentido de que uma personagem pode te transformar na vida real. Acho que cresci como profissional, e sinto que posso me impor mais. Adriana me deu mais confiança.

- A sua personagem ajuda o Beto nos planos dele contra o Apolo. Quais são as motivações dela para fazer isso?
A Adriana pensa muito no trabalho dela. E não há dúvida de que o Apolo (Malvino Salvador) tem um futuro promissor. Acredito que a motivação principal foi essa. Quando o Beto resolve a questão dos patrocinadores - que não aceitariam um novato - ela segue em frente e ajuda, pensando que seria um ganho pra Mercúrio também. Além disso, existe uma cumplicidade com o Beto; eles se conhecem desde a época do colégio. E, pelo que a gente viu da relação dela com a Tamara, apesar de elas terem se afastado, a Adriana é fiel aos amigos. Mas ela não deixa barato pro Beto não! Sempre fala que não concorda com as motivações dele.

- Além de uma profissional de sucesso, a Adriana é uma amiga zelosa. Pelo menos, ela age dessa forma com a Tamara. De que forma você vê a amizade das duas?
Eu gosto muito da amizade delas! A Adriana cuida, ouve, e se preocupa com a Tamara. E não teve medo de enfrentar a mágoa e a raiva dela para protegê-la de uma situação que ela acreditava ser perigosa para a amiga.

- Você é filha dos atores José Wilker e Mônica Torres. Vê-los em cena te influenciou a seguir esse caminho?

Acho que foi um processo para mim. Eu queria ser atriz quando criança. Mas fui amadurecendo e me dei conta de que talvez fosse muita pressão seguir a mesma profissão dos meus pais. E tinha uma visão totalmente pragmática pelo mesmo motivo: meus pais eram atores e eu observei com atenção as partes boas e ruins. É uma profissão que pode ser muito instável, muito difícil. Mas é, ao mesmo tempo, maravilhosa... Então fui indo aos poucos. Fiz faculdade de Letras, cursos de interpretação e passei um tempo fora do Brasil estudando teatro. Participei de testes e assim começou a minha carreira, devagar, passo a passo. Fui criando confiança a cada novo trabalho.

- Em algum momento pensou em desistir de ser atriz?
Olha, eu penso até hoje. Toda vez que fico sem trabalho me bate esse pânico, penso se não seria melhor fazer outra coisa. Mas daí vem um novo projeto e me convenço de novo que estou no caminho certo.

- Você falou dessa instabilidade da profissão. Tem algum projeto paralelo à novela ou o seu foco está totalmente em 'Haja Coração'?
Não estou com nenhum outro trabalho agendado por enquanto, mas tenho alguns projetos que estou montando, devagar. Ainda não tem nada certo, nem perto de estar pronto. Mas tem um voltado para as artes plásticas, pois faço colagens desde a época da faculdade, um de teatro e um voltado para a literatura. Não faço ideia de quando vou conseguir estruturar ou realizar alguma coisa, mas a gente vai tentando (risos).