"Sempre agarrei todas as oportunidades que apareceram e corri atrás dos meus sonhos", diz Camila Queiroz
"Sempre agarrei todas as oportunidades que apareceram e corri atrás dos meus sonhos", diz Camila Queiroz | Foto: Maurício Fidalgo/Globo


A cada trabalho, Camila Queiroz vem conquistando seu espaço na televisão. Em "Pega Pega", novela das 19h da Globo, a atriz interpreta a segunda protagonista de sua carreira: Luiza. Herdeira do Carioca Palace, a personagem se vê falida após o furto do dinheiro da venda do hotel de seu avô, Pedrinho (Marcos Caruso). Longe de ficar com os braços cruzados, ela corre atrás de um emprego e também de um jeito de reaver o imóvel, que sempre foi o seu lar.

"Luiza é muito pé no chão, sensata. Tem noção da realidade de uma pessoa da Tijuca (bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro), que é onde ela vai parar quando o mundo desaba. Ela fica sem dinheiro, não tem trabalho, onde dormir ou o que comer. Aí tem que aprender a se virar como todo brasileiro", observa a atriz.

Na trama de Claudia Souto, Luiza foi criada como uma princesa, por isso nunca teve de trabalhar, ao contrário de Camila, que saiu de casa aos 14 anos para se tornar modelo. A atriz relata que essa experiência contribuiu para sua maturidade, mas que não foi o único fator. Como veio de uma família simples (de Ribeirão Preto, interior de São Paulo), a motivação para seguir em frente era vislumbrar uma vida melhor para aqueles que ama.

"Acho que não é só ter começado a trabalhar cedo que me deu maturidade. É claro que isso conta, mas a minha criação também ajudou, pois soube dar valor para o que tenho desde pequena. Sempre agarrei todas as oportunidades que apareceram e corri atrás dos meus sonhos. Tinha a noção de que, se não fizesse, ninguém iria fazer por mim", revela.

Para dar vida a Luiza, a caracterização de Camila em "Pega Pega" também teve um papel importante. Por conta disso, a atriz cortou os longos cabelos. Segundo ela, o novo visual é mais complicado de manter, porém, o cabelo médio a deixa com uma aparência mais jovem.

"Tenho que fazer bastante hidratação porque o cabelo está um pouquinho claro na frente. Com o cabelo longo, acordava e ia pra rua. Para dar um ar mais mulherão a Luiza, também optamos por uma mudança no tom de voz. Eu normalmente falo agudo, mas a Luiza fala mais grave. Isso dá uma maturidade para ela", conta.

Na novela, Luiza se apaixonou justamente por Eric (Mateus Solano), que comprou o hotel de seu avô. Sentindo-se traída, o romance entre os dois enfrentará muitos obstáculos. Já na vida real a situação é bem diferente: Camila namora o ator Klebber Toledo e o casal já faz planos para o futuro.

"É meu sonho educar um filho da forma como fui criada, mas sei que é muito difícil. Queria mantê-lo longe da internet, porém, infelizmente, essa é a nossa realidade. A gente vai a restaurantes e vê mães dando entretenimento à criança para poder jantar com o marido. Não dá pra fugir da realidade, mas podemos equilibrar e impor regras. O Klebber e eu já conversamos sobre isso, mas não vai ser agora, porque estamos trabalhando muito", confessa.

Apesar do sonho da maternidade, o atual foco de Camila é a carreira. Após o début como a Angel de "Verdades Secretas" (2015), veio o destaque como a caipira inocente Mafalda, de "Êta Mundo Bom!" e ela sente que fazer a Luiza de "Pega Pega" é uma nova oportunidade de aprendizado. Para a atriz, o universo em que vive a personagem é completamente distante do seu e tem sido um desafio usar o sotaque carioca.

"Até agora eu não fiz nada igual. Nenhuma personagem era parecida com a outra, graças a Deus. Isso é bom pra mim, porque estou começando. Preciso me descobrir junto com as personagens. Quando que eu pensei que ia falar carioquês? O lado bom de ser ator é ser mil em um", valoriza.

Começo difícil

Interpretar uma protagonista logo em seu primeiro trabalho na televisão não foi fácil para Camila. A atriz confessa que precisou de um período de adaptação à fama e ao interesse das pessoas por sua vida particular. Em seu terceiro trabalho no veículo, ela já se mostra à vontade tanto em cena quanto na hora de dar entrevistas.

"Não tinha noção do que era esse mundo, mas tive que dar conta do recado. Não cresci dentro da tevê, então não estava acostumada com as pessoas tendo interesse pela minha vida pessoal. Queria sempre falar só do profissional, até entender que não era só do jeito que eu queria", avalia.