A Casa Cor Paraná 2015 começou a ser desmontada na última segunda-feira e o arquiteto André Bertoluci já trabalhava nos últimos preparativos para outra exposição de decoração importante em Curitiba, a Mostra Artefacto, que começa em 20 de agosto. Londrinense radicado em Curitiba desde 2005, Bertoluci está conseguindo construir, em apenas 10 anos, uma sólida carreira profissional na capital paranaense. "Tudo aconteceu bem rápido. Acho que foi mais sorte do que juízo", brinca. "Geralmente as pessoas se formam, levam dez anos, cinco anos para começar a fazer um nome, uma carreira. Eu sempre agradeço a Deus porque para mim foi tudo muito rápido."

Bertoluci concluiu o curso de Arquitetura no Centro Universitário Filadelfia (Unifil), em Londrina, no final de 2004. Uma semana após a cerimônia de formatura, no começo de 2005, ele fez as malas e mudou-se para Curitiba a convite do irmão dele, o chefe de cozinha Marcelo Bertoluci, que tinha uma rotisserie na cidade. Alguns meses depois, o irmão recebeu um convite para trabalhar em Presidente Prudente (SP) e agora está em Macapá (AP). Questionado se André ainda pensa em seguir o irmão, o arquiteto declara o seu amor pela cidade natal. "Se for para sair de Curitiba, eu volto para Londrina".

Logo que chegou a Curitiba, dez anos atrás, Bertoluci trabalhou por dois anos em uma grande loja de revestimento. Em 2008, montou um escritório de arquitetura com outra londrinense, Flávia Caldeira. A dupla atuou até 2012, ano em que a colega mudou-se para Sinop (MT). Foi junto de Flávia Caldeira que o londrinense começou a participar da Casa Cor Paraná, mostra que representou, no início da carreira dele, um grande impulso. "Eu trabalho muito, muito, muito. A Casa Cor ajudou. É uma grande vitrine para a arquitetura hoje. Se você apresenta um bom trabalho na Casa Cor, você tem uma boa mídia, um bom retorno", comenta. Mas ele acredita que isso não bastaria se não fosse a sua preocupação em cativar o cliente. "Eu acho que londrinense tem isso, de cativar, de conversar bastante", resume.

Neste ano, Bertoluci participou da Casa Cor, que aconteceu em um conjunto de pavilhões chamado A Fábrika, junto com a arquiteta Martha Coelho. Eles foram os responsáveis pelo Living. Das mostras anteriores - ele já participou de sete -, o arquiteto destaca duas edições como de grande importância para a sua carreira. Em 2009, junto com a ex-sócia, Bertoluci fez o Lounge Boutique Pastilhart na mostra que transformou o Asilo São Vicente de Paulo. "Foi um projeto muito ousado, um ambiente inteiro preto", conta. A exposição de 2010 foi o projeto mais desafiador. "A gente tinha uma rampa gigante e essa rampa tinha que virar um ambiente", lembra. A tal rampa foi transformada em um Home Club, espaço que chamou bastante a atenção dos visitantes da Casa Cor e da mídia. "Foi a partir daí que eu comecei a trabalhar com construtoras. Hoje, além do público particular residencial, o escritório atende incorporações". Em Londrina, Bertoluci é responsável pelas áreas condominiais de duas obras da Construtora Thá, no Jardim Palhano.


"Trabalho sempre tem, graças a Deus. Além de fazer projetos de interior, faço execução da obra. Trabalho durante o dia com os meus clientes e, à noite, eu desenho na minha casa. A minha rotina acaba às duas da manhã. A parte criativa, eu faço à noite", conta. Bertoluci é profundamente grato a Curitiba, cidade que o acolheu muito bem. "Gosto muito daqui. Em Curitiba, eu construí o meu nome", afirma, lembrando aos pais, amigos e familiares que ficaram no Norte do Paraná que não esquece o calor de Londrina, onde busca refúgio uma vez por mês.