Miss Paraná 2017, Patrícia Garcia, se prepara para concurso nacional em agosto e promete representar a força das mulheres paranaenses. Veja vídeo utilizando a tecnologia da Realidade Aumentada
Miss Paraná 2017, Patrícia Garcia, se prepara para concurso nacional em agosto e promete representar a força das mulheres paranaenses. Veja vídeo utilizando a tecnologia da Realidade Aumentada | Foto: Ricardo Chicarelli


"As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental", é o que diz um trecho do poema Receita de Mulher, de Vinicius de Moraes. No entanto, representar a mulher de hoje exige muito mais que padrões a serem seguidos. Este é o desafio de Patrícia Garcia, eleita Miss Paraná 2017, que vai concorrer ao próximo concurso Miss Brasil Be Emotion (o oficial que leva ao Miss Universo), em 19 de agosto.

Cambeense, advogada, 24 anos. Patrícia carrega consigo conteúdo e visão de mundo que ultrapassam os conceitos de beleza. "Sou igual a todo mundo, eu trabalho, estudo e sei que não é nada fácil. É isso que a mulher de hoje faz, cuida da casa, dos filhos, trabalha. Acredito que dessa forma consigo representar as paranaenses e também as brasileiras de maneira geral", afirma.

Chegar até onde está não foi realmente fácil. Foram 10 anos de trabalho como modelo conciliados com os estudos. "A primeira vez que eu quis ser modelo, eu tinha 14 anos. Participei de um concurso e ganhei um curso, a partir daí precisei levar as duas coisas juntas", conta ela ressaltando que também nunca faltou às aulas por conta do trabalho, recusando até alguns contratos.



E ainda não parou. Graduada em Direito no fim do ano passado e já com a aprovação no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a bela ainda leva a pós-graduação em direito do Estado, além de ser aluna especial em mestrado. Sempre aplicada nos estudos, participou de congressos da área e produzia artigos científicos com foco na carreira jurídica.

Com o término da faculdade, Patrícia finalmente aceitou o convite para ser a Miss Cambé, acreditando ser o momento certo. "Eu esperei terminar meu curso e estou bastante confiante. Eu abri mão de outras coisas que eu queria, como a seleção para aluna regular do mestrado, para estar no concurso do Miss Paraná, então estou focada e segura", conta.

Ser Miss exige bastante dedicação. Em fase de preparação para o concurso nacional, a cambeense treina duas ou três vezes por dia em academia, faz corrida, musculação, pilates, tem a alimentação regrada, além de cumprir compromissos como eventos sociais e beneficentes, nos quais é requisitada.

Em meio a tantas tarefas, também fica complicado conciliar os compromissos pessoais com os de Miss. "Ainda bem que tenho família, amigos e namorado que me apoiam, porque às vezes é preciso cancelar algum evento para estar na função de Miss em outro local, mas eles entendem e estão me ajudando bastante", agradece. Recentemente ganhou um smartphone dos amigos e família, assim consegue movimentar as redes sociais e convidar seguidores aos eventos que ajuda promover.

Todo o trabalho traz satisfação. Em entrevista no Zezão, em Cambé, seu local preferido na cidade, Patrícia foi parada por diversas crianças que ficaram encantadas em conhecê-la. "É muito bacana esse carinho, é servir de inspiração, de exemplo, e mostrar que qualquer uma pode chegar aonde cheguei. Muitas dizem que o sonho é ser advogada e Miss", ri.

Na passarela do concurso é exigido que a candidata tenha harmonia corporal, desenvoltura, boa oratória e conhecimento. Ao mesmo tempo, a eleita deve ter sempre uma postura ética, ser humilde e determinada. Patrícia consegue atender a todos os requisitos a ainda carregar um carisma invejável. "Eu tento participar ao máximo dos eventos da cidade e a resposta das crianças, ter o apoio das pessoas, é sempre muito bom", conta.

Em tempos de transformações sociais, ser bonita também já não é mais o suficiente. "Não é só beleza que conta, eu tenho que representar a força da mulher. Nos últimos concursos, participaram mulheres militares, cientistas e os padrões também foram quebrados, como a atual Miss Brasil, isso é muito bom, mostra uma evolução", diz referindo-se a Raissa Santana, paranaense de Umuarama, que foi a primeira Miss Brasil negra após 30 anos e a segunda da história do concurso no País.

Questionada sobre o futuro, Patrícia prefere manter os pés no chão. Se a exposição com o trabalho de modelo trouxer oportunidades, está aberta para alçar novos voos, mas está focada na continuidade dos estudos como algo mais concreto. Por enquanto não toma decisões radicais, leva os dois trabalhos, como tem feito.

Em curto prazo, está determinada em participar do próximo Miss Brasil, para o qual ficará confinada por 10 dias com as 26 candidatas dos outros estados. O desfile e resultado do concurso serão realizados em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, no dia 19 de agosto. "Vou ser eu mesma, como fui no Miss Paraná e como tenho sido. Estou confiante e segura", sustenta.