"Acho que é outra emoção, a música, as pessoas, a roupa que você incorpora o estilista, é muito legal", diz a modelo revelando sua preferência pelas passarelas
"Acho que é outra emoção, a música, as pessoas, a roupa que você incorpora o estilista, é muito legal", diz a modelo revelando sua preferência pelas passarelas | Foto: Fábio Alcover



Duas edições da São Paulo Fashion Week (SPFW) sendo 13 desfiles em apenas uma delas. Um Rio Moda Rio. Um Minas Trend. Duas edições do Pátio Batel. Vários editoriais de moda para grifes diversas, incluindo a joalheria Dior e a Louis Vuitton. Capas de revista, incluindo uma Cosmopolitan.

Com apenas 18 anos, a modelo Laura Guerchmann já acumula vasta experiência. Nascida em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul e morando em Londrina desde os dois anos, a bela agora alça voos mais altos. Agenciada pela Mega Model Brasil, a mesma das tops Izabel Goulart, Ana Beatriz Barros e Renata Kuerten, Laura passou três meses trabalhando em Hong Kong e se prepara para ainda no primeiro semestre iniciar uma longa temporada na Europa e nos Estados Unidos. Esta entretanto, não era a carreira imaginada por ela até pouco tempo.

"Quando eu tinha uns 14 anos uma vizinha me chamou para participar de um curso de modelo. Não era a minha praia, mas comecei a frequentar o curso, fiz uns cinco meses de aula e então fui conhecer a sede da agência em São Paulo. Eles gostaram de mim e queriam que eu já me mudasse para São Paulo para começar a carreira. Mas meus pais me pediram para terminar o Ensino Médio primeiro, eu concordei. Somente em fevereiro do ano passado, com 17 anos, eu me mudei em São Paulo", conta.

Em 2015, ainda morando em Londrina e aproveitando uma semana de recesso escolar em outubro, Laura fez sua estreia nas passarelas justamente no evento de moda mais importante do país, a SPFW, em um desfile de Alexandre Herchcovitch. Tido por ela como seu desfile preferido, esse também foi um momento inesquecível por ter superado seu primeiro desafio na passarela: um salto quebrado.

"Eram três entradas e na última meu salto quebrou, tive que terminar o desfile na ponta do pé. Bem na estreia o salto quebrar foi bem ruim, mas todo desfile tem alguma coisa. Já aconteceu de o meu vestido rasgar e eu tropeçar, tive que continuar segurando o vestido. Tudo é truque, carão. Não pode desesperar porque na hora dá vontade de chorar, de sair correndo, só que tem que fazer de conta que nada aconteceu. As pessoas percebem que aconteceu, mas temos de passar que está tudo bem", diz ela.

Já no ano seguinte, mesmo com a maratona de 13 desfiles em uma semana, Laura conta que se sentiu mais tranquila. "Teve dia que eu não tive desfile e no último dia tive cinco. É uma loucura, troca cabelo, troca maquiagem, não dá tempo de comer, de fazer nada. Fui recordista das new faces da minha agência", aponta, acrescentando que entre passarela e editoriais ainda prefere o primeiro, justamente por conta da vibração. "Acho que é outra emoção, é a música, as pessoas, a roupa que você incorpora o estilista, é muito legal."

Depois deste aprendizado, a agência decidiu que era hora de ir para o exterior. Em Hong Kong Laura participou de diversos editoriais e estrelou sua primeira capa internacional, da revista Cosmopolitan. "A agência preferiu me mandar para a Ásia porque lá é um mercado mais tranquilo para iniciantes e eles são muito mais receptivos, mais cuidadosos. Como era minha primeira viagem eu estava com medo de ir porque é um país muito diferente, muito longe. Meus pais decidiram me levar, ficaram 10 dias comigo lá e amaram, eu também", aponta.

A única dificuldade, segundo ela, foi se adaptar à alimentação. Durante os três meses Laura conta ter se alimentado basicamente de peixe, ovos, alguns legumes e poucas frutas. De férias no Brasil, aproveitou para matar as saudades do arroz com feijão e do churrasco e, passado o período de festas, já voltou à alimentação mais regrada.

Fazendo acompanhamento com nutricionista e se dedicando ao muay thai, Laura conta que infelizmente algumas modelos ainda acabam recorrendo a métodos nada saudáveis para manter o peso. "A agência sempre busca ajudar as meninas, temos nutricionista, academia, só que têm aquelas que passam fome, que vomitam, que fumam para não sentir fome. Tem que estar bem, não adianta se forçar a estar magra, primeiro a saúde e o bem-estar. Se está te incomodando, isso (a carreira de modelo) não é para você."

Laura também aponta que o apoio da família é fundamental, já que desde cedo as modelos acabam ficando longe de casa. "Meus pais disseram que para todo lugar que eu for eles irão para me instalar, deixar tudo certo. Acho que o apoio da família é muito importante. O mundo da moda é muito solitário, a modelo vai para lugares diferentes, se não tiver apoio da família não tem como continuar, porque precisamos de uma base assim. Tem que trabalhar, ter muita disciplina, muita responsabilidade e cuidar da sua imagem. Procurar uma agencia confiável também é muito importante", alerta.