De olho nos candidatos
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sexta-feira, 09 de setembro de 2016
Viviani Costa<br>Reportagem Local
Oito candidatos a vice esperam começar 2017 na Prefeitura de Londrina. O cargo, muitas vezes visto como o de um simples coadjuvante, pode surpreender os eleitores mais desatentos. Em Londrina, a cassação dos mandatos de dois prefeitos em 2000 (Antonio Belinati) e em 2012 (Barbosa Neto) fez com que a figura dos vices ficasse em evidência. Por isso, o professor de sociologia do Departamento de Ciências Sociais da UEL e doutor em Sociologia Política pela USP, Ronaldo Baltar, alerta que é preciso analisar de forma criteriosa os candidatos ao cargo.
"O nome do vice aparece pouco. O espaço para a exposição é muito pequeno. Este é um cargo tão importante quanto o do prefeito. É definido pela Constituição e pela Lei Orgânica do Município. O vice tem uma atividade prevista não só de substituir o prefeito [em alguma eventualidade], mas também de compor com ele uma boa equipe para trabalhar", destaca Baltar.
Em Londrina, o salário do vice-prefeito é de R$ 6.199,88. Conforme o professor, o eleitor deve estar atento à composição partidária da chapa e buscar informações referentes a cada um dos candidatos. "Como as eleições são muito nominais e personalizadas no Brasil, os partidos e os vices acabam ficando em segundo plano. É importante que os eleitores conheçam quem está dando apoio a esses candidatos principais", ressalta.
Cristian França (PSB) é o candidato a vice-prefeito na chapa de André Trindade (PPS) pela coligação "Londrina que queremos" formada pelo PPS, DEM e PSB. Cristian tem 42 anos, é natural de Ibiporã, trabalha como advogado e também é educador físico. Entre 2015 e 2016, o candidato foi assessor de gabinete do prefeito Alexandre Kireeff (PSD). "Me sinto preparado para ocupar o cargo. Na experiência que tive, durante um ano e meio, vi como funciona a estrutura por dentro para tentar ajudar a comunidade", afirma. Conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), França declarou R$ 151 mil em bens, incluindo um carro, uma casa e uma motocicleta.
Gabriel Antunes da Silva (PMN) concorre ao cargo de vice-prefeito pela coligação "Respeito por Londrina", da qual fazem parte PMN, SD e PT do B. O candidato a vice de Luciano Odebrecht (PMN) é advogado, tem 32 anos e é natural de Florianópolis (SC). "Temos que colaborar com as organizações do terceiro setor, fazer um papel de prospecção do empresariado para gerar emprego e renda, fomentar recursos para o município. O passo inicial será a avaliação das finanças do município que estão hoje bastante prejudicadas para não dizer falidas", avalia. Na declaração de bens do candidato há apenas um depósito bancário de R$ 0,01. "Não tenho bens. Na ocasião do registro de candidatura, estava com saldo negativo e fiz o depósito", justifica.
João Mendonça (PMDB) é candidato a vice-prefeito pela coligação "Londrina pode mais". O comerciante tem 62 anos, ensino médio completo e é natural de Passagem (PB). A coligação formada pelo PP, PTB, PSL, PMDB, PRP, PRTB, PMB, PROS e PR tem Marcelo Belinati (PP) como candidato a prefeito. "Quero ser um vice-prefeito presente e atualizado sempre buscando aprender e estar bem informado. O vice-prefeito precisa ser atuante", afirma. Mendonça foi vereador entre 1993 e 1996, conselheiro da Sercomtel, assessor da Casa Civil e ocupou outros cargos políticos. O candidato não cadastrou bens no site do TSE. "O mercado está no nome da esposa", explica.
Marcelo Rildo (Rede) concorre em chapa pura sem coligações. Ele é natural de Santa Cecília do Pavão e trabalha na construção civil. Possui ensino médio completo e tem 45 anos. "A cidade vai ter que priorizar a geração de empregos e a gente pode começar ouvindo os empreendedores de Londrina para dar atenção a quem já está na cidade. [
] O vice-prefeito não pode ser uma figura decorativa e é importante que novos representantes tomem a frente", analisa. Rildo nunca ocupou cargo público ou político. O candidato não possui bens declarados no site do TSE. Rildo é candidato a vice de Flávia Romagnoli (Rede).
Marcos Urbaneja (PDT) faz parte da coligação "Sou mais Londrina" formada pelos partidos PRB, PDT, PTC, PTN, PC do B e PSDC. Sandra Graça (PRB) é candidata a prefeita. Urbaneja é natural de Londrina e tem 44 anos. É servidor público municipal e atua na controladoria. "Não vou ser um vice-prefeito que vai ficar fora até porque eu não vou me afastar do meu cargo efetivo. Vou continuar trabalhando como servidor público municipal e vou optar pela minha remuneração como servidor. Quero atuar junto com a prefeita para dar vazão aos problemas que a gente tem hoje", destaca. Urbaneja declarou R$ 481 mil em bens incluindo dois carros, um terreno, um apartamento e saldo bancário.
Professora Celiana Lucia da Silva (PPL) é candidata a vice-prefeita pela coligação "O povo em primeiro lugar" formada pelo PT e PPL. O candidato a prefeito é Odarlone Orente (PT). Celiana é professora na rede estadual de ensino, tem 51 anos e é natural de Primeiro de Maio. "Sempre trabalhei na defesa da luta contra o racismo e vou continuar com essa bandeira. Odarlone vai trabalhar a saúde e o foco da candidata a vice-prefeita é educação", afirma. Celiana pretende incluir projetos sociais e esportivos nas escolas. A candidata declarou um carro no valor de R$ 11 mil na lista de bens do TSE.
Ricardo Rezende (PSD) é da coligação "Juntos por Londrina" que inclui PSDB, PSD e PSC. O candidato possui superior incompleto e é pecuarista. Natural de Curitiba, o candidato tem 46 anos e está licenciado do cargo de conselheiro superior da Sociedade Rural do Paraná. "A decisão de me candidatar é um projeto para poder dar continuidade a transformação de Londrina. Podemos doar tempo e experiência para trazer benefícios para a cidade", defende. A lista de bens do candidato totaliza R$ 1,5 milhão. Constam no site do TSE ações, caderneta de poupança, fundos de investimento, depósitos bancários, terrenos e carros. Valter Orsi (PSDB) é o candidato a prefeito pela chapa.
Walter Diesel (PSol) é natural de Londrina e concorre ao cargo com o candidato a prefeito Paulo Silva (Psol) sem coligações com outros partidos. Diesel tem 33 anos e é economista. "Queremos o fortalecimento dos conselhos, a democratização, a justiça social e o IPTU progressivo. Me sinto preparado para o cargo de vice-prefeito", garante. Segundo ele, saúde, educação e segurança pública estão entre as prioridades do projeto de gestão. "Justiça fiscal também é a nossa prioridade para que haja o cumprimento do Estatuto das Cidades", lembra. Na lista de bens, o candidato declarou um carro no valor de R$ 20 mil.