Imagem ilustrativa da imagem Candidatos mostram saber pouco sobre mobilidade
| Foto: Ricardo Chicarelli
Temas como o Superbus, ciclovias, ciclofaixas, melhoria do transporte coletivo para desafogar o trânsito urbano e sustentabilidade foram os mais citados pelos candidatos



Sete dos oito candidatos à Prefeitura de Londrina participaram ontem à noite de debate promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) Paraná e núcleo de Londrina do Instituto dos Arquitetos Brasileiros (IAB) e a maioria demonstrou pouco saber sobre mobilidade urbana. A fragilidade ficou evidente nas respostas às perguntas formuladas por entidades da área.
Temas como o Superbus, ciclovias, ciclofaixas, melhoria do transporte coletivo para desafogar o trânsito urbano e sustentabilidade foram os mais citados, mas, poucas propostas concretas foram feitas. Quando surgiram, não pareciam tão salutares: Paulo Silva (Psol) e André Trindade (PPS), por exemplo, propuseram-se a criar uma secretaria de mobilidade urbana, esquecendo-se que Londrina já dispõe do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippul).
Também foram recorrentes os temas das habitações de interesse social, aquelas voltadas às pessoas de baixa renda, como é o caso do Residencial Vista Bela, na zona norte, e da redução do tempo para aprovação de projetos arquitetônicos e concessão de Habite-se.
Em quatro blocos, os candidatos puderam se apresentar, responder questões dos adversários, questões das entidades e fazer as considerações finais.
O tom mais ácido foi adotado pelo candidato do Psol, Paulo Silva, que várias vezes fez referências críticas à "administração técnica" do prefeito Alexandre Kireeff (PSD). Luciano Odebrecht (PMN) também destacou a necessidade de inovação, de fazer diferente, mas, não chegou a formular críticas.
O candidato petista Odarlone Orente, que chegou mencionar a sessão de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), também adotou tom ameno, assim como Flávia Romagnoli, que repisou a necessidade de sustentabilidade, bandeira de seu partido, a Rede. Sandra Graça (PRB), Valter Orsi (PSDB) e André Trindade (PPS) se firmaram como candidatos governistas, enfatizando o anseio de dar continuidade aos projetos da atual gestão.
O único momento de embate direto foi no segundo bloco, quando o candidato do Psol perguntou a Valter Orsi quando foi a última vez que ele andou de ônibus e qual era o preço da passagem. O empresário disse que andou de Superbus no último domingo, mas, como foi convidado não pagou a passagem e não sabia o valor. Então, aproveitou o tempo final para elogiar o projeto. Na réplica, Silva revelou o preço da passagem e criticou o oponente pela ignorância.
Mas, no terceiro bloco, ficou evidente a ignorância de vários candidatos sobre temas relativos à mobilidade urbana ao responderem perguntas formuladas pelas entidades. Silva, por exemplo, respondeu sobre zonas especiais de interesse social (Zeis) ao ser perguntado sobre a lei federal 12.651/2012, que atribuiu também aos municípios a responsabilidade pela conservação de áreas de preservação permanente (APPs).
Trindade, ao ser questionado sobre o que faria sobre a paralisação das obras do Contorno Leste por falta de recursos do município, disse exigiria que o Estado cumprisse com sua parte e aproveitou para falar sobre a principal bandeira do PPS estadual, o pedágio.
Odebrecht também demonstrou desconhecer a Lei 11.888/2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica gratuita para projeto e construção de interesse social. Saiu-se pela tangente, afirmando que dependerá da Câmara, mas, não entrou no mérito da proposta.
O Ippul voltou a ser tema quando Sandra Graça foi sorteada para responder sobre a precariedade de recursos financeiros e humanos no instituto. Ela disse que sabe do "orçamento enxuto", tanto que era promessa de Kireeff melhorar a estrutura do órgão, mas sempre foi defensora do Ippul.
A assessoria de imprensa de Marcelo Belinati (PP) informou que ele estava em Brasília, em sessão na Câmara Federal, desde a manhã de ontem e retornará na quarta-feira.