Chá de camomila acalma, suco de maracujá dá sono, chá de boldo é digestivo. São conhecimentos passados de geração para geração e que envolvem o poder curativo das plantas. E é com estes princípios que a fitoterapia trabalha. De acordo com a nutricionista e fitoterapeuta Juliana Múrcia de Souza Ikoma, de Londrina, a fitoterapia é o estudo, tratamento e cura por meio das plantas medicinais que podem ser transformadas em pomadas, cápsulas, chás ou xaropes.
A fitoterapia é reconhecida pelo Ministério da Saúde e atualmente há profissionais que realizam este tipo de tratamento nas Unidades Básicas de Saúde. ''O custo é mais baixo e o resultado é tão bom quanto o apresentado pelos medicamentos alopáticos'', diz. De acordo com Juliana, há fitoterápicos para todo tipo de sintoma e o resultado apresentado é tão rápido quanto o de um remédio convencional. ''É interessante porque em uma única fórmula nós podemos associar diversas plantas com a mesma função. Isso potencializa o efeito e otimiza o tratamento'', afirma.
Apesar das plantas trazerem tantos benefícios, o uso delas não pode ser indiscriminado. A fitoterapeuta explica que algumas plantas são tóxicas e que a dose exagerada de outras pode causar efeitos colaterais. ''As pessoas acham que porque é natural não faz mal, mas isso não é verdade. Canela é contraindicada para gestantes, por exemplo. É preciso saber as particularidades de cada planta antes de iniciar um tratamento'', afirma.
Florais
A terapia floral é complementar à fitoterapia. Apesar de não existirem trabalhos científicos que comprovem a sua eficácia e de não ser reconhecido pelos conselhos federais de Medicina e Nutrição, o tratamento com a terapia floral é apoiado pela Organização Mundial de Saúde (OMSA). Juliana, que também é terapeuta floral, diz que a principal diferença entre a fitoterapia e o floral é que o segundo trabalha apenas com a parte mais nobre da planta: a flor.
Outra diferença está na maneira de obter os princípios benéficos ao organismo. Enquanto na fitoterapia, folhas, raízes e caules podem ser amassados, picados e fervidos, na terapia floral o processo é mais delicado e sutil. Juliana explica que para chegar até a essência floral as flores são colhidas após a incidência do sol e colocadas em imersão na água. ''Desta forma é possível obter a energia da flor. Esta essência é conservada em conhaque e tudo isso é feito de forma manual e artesanal'', explica. De acordo com a terapeuta, enquanto a fitoterapia trata sintomas físicos, os florais tratam sintomas emocionais e ajudam no equilíbrio energético da pessoa.
Segundo a terapeuta, os florais trabalham da mesma forma que a homeopatia, já que ambos buscam alterar a vibração da pessoa em busca de um equilíbrio emocional, mental e físico. ''De certa forma, o floral ajuda a prevenir problemas físicos. Uma mente equilibrada é importante para manter a saúde em dia'', observa. Juliana diz que é como se os florais tratassem as causas e a fitoterapia cuidasse dos sintomas. ''Não adianta combater sempre a dor de cabeça se você não descobre porque ela aparece todos os dias. Os florais ajudam neste ponto.''
A ação dos florais no corpo humano é bastante sutil - geralmente as mudanças provocadas pelo tratamento são percebidas primeiramente pelas pessoas que convivem com o paciente. ''Há florais para ambientes e até mesmo para animais. A vantagem é que, diferente da fitoterapia, ele não tem contraindicação e nem efeito colateral'', explica.

Imagem ilustrativa da imagem O poder das plantas
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