Nas prateleiras dos supermercados a variedade de produtos lácteos é grande e acaba confundindo o consumidor em algumas situações. A professora do Mestrado em Ciência e Tecnologia do Leite, Priscila Vianna, da Universidade Norte do Paraná (Unopar), explica que os diferentes tipos de leite passam por variadas etapas de produção, podendo ser fortificados com vitaminas ou ter o açúcar quebrado em um processo químico para atender aos diversos perfis de consumidores.
Uma dúvida muito comum é quanto à diferença entre o leite pasteurizado (saquinho) e o UHT (caixinha). De acordo com a professora, o que difere um do outro é o tratamento térmico realizado. ''O pasteurizado é aquecido até um ponto que mata os microrganismos, que são prejudiciais à saúde humana, e inativa algumas enzimas que deterioram o leite'', explica. Já o leite UHT passa por um processo mais intenso. ''A temperatura mais alta inativa todos os microrganismos, por isso este leite pode ser mantido fora da geladeira e possui uma vida de prateleira de até seis meses, enquanto o pasteurizado precisa ser mantido refrigerado e deve ser consumido em uma semana'', orienta Priscila.
Apesar dos tratamentos serem diferentes, a composição fisico-química dos dois tipos de leite é semelhante. ''As variações das vitaminas entre eles são muito baixas e a quantidade de cálcio é a mesma. O que varia é que o UHT recebe adição de estabilizantes, um produto que serve para manter a proteína do leite mais estável e aumentar a durabilidade do produto'', explica.
Entre os leites de saquinho, há o tipo A e o pasteurizado. A diferença entre eles está na forma de produção. ''Para receber a certificação 'Tipo A', o laticínio precisa ser instalado dentro da fazenda. O leite é produzido e processado®MDBO ®MDNM no mesmo local, por isso o produto tem uma qualidade superior e segue uma legislação rigorosa para se manter dentro deste padrão'', destaca. Priscila explica que o leite pasteurizado comum é produzido em um lugar e processado em outro.
Os leites UHT também possuem subcategorias, que não se referem ao processo de produção e sim à quantidade de gordura. O leite integral possui no mínimo 3% de gordura, já o semidesnatado pode ter no máximo 1% e para ser enquadrado como desnatado a porcentagem de gordura não pode ultrapassar 0,1%.

Especiais
Outro produto que ganha cada vez mais consumidores são os leites especiais como aqueles com lactose reduzida. ''Para chegar a este resultado, durante o processo de fabricação o leite passa por uma etapa que provoca a quebra do açúcar'', afirma a professora. Este leite é indicado para as pessoas que possuem intolerância à lactose, ou seja, que não possuem a enzima necessária para digerir o açúcar do alimento.
Outro leite que pode ser considerado especial é aquele adicionado de vitaminas ou enriquecido com algum composto. ''A diferença de sabor entre os leites UHT está na qualidade do produto. A produção, a forma de transportar o leite até a indústria e o processamento podem interferir no sabor e nas qualidades físico-químicas do produto final'', destaca.
O leite em pó é outro item encontrado nas prateleiras e consumido por muitas famílias. Priscila explica que este produto nada mais é do que o leite concentrado. ''Retiramos a água e isso aumenta a vida de prateleira do alimento, sem perder nutrientes'' ressalta.
A professora diz que não há necessidade de ferver o UHT nem o pasteurizado antes de consumi-los. Ela alerta que o principal é manter o leite pasteurizado resfriado durante todo o período e o de caixinha no refrigerador após a abertura da caixa.

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