Jorge Luiz de Souza acredita também que os avós são uma "boa saída" nas famílias para fazer o acolhimento entre pais e filhos na adolescência. Com o conflito de gerações, os jovens se sentiriam mais à vontade para conversarem com os avós. "Eles têm dificuldades em expressar sentimentos", justifica.

Na vida pessoal, o casal confessa que demorou a ter netos e cobiçava os netos alheios. "A gente olhava com olhos de cachorro pidão, mas não falava nada, era a nossa tática", diz Elisabete Junqueira. "Agora a gente até acha que podia ter mais netos, mas não pressiona", concorda, rindo, o avô. Uma das filhas do casal decidiu por não ter filhos e a decisão é vista com respeito pelos pais. "Ter neto é muito gostoso, parece que nasci para isso. Mas podemos ter os netos do coração também", fala ele.

Elisabete também se sente realizada com a chegada dos netos e aponta diferenças entre a relação de pais e avós. "Estar com crianças é sublime, é uma injeção de tudo. Mas o que a minha mãe teve comigo é diferente do que tenho com meus filhos. Antes elas aconselhavam e aceitávamos aquilo, hoje os avós são coadjuvantes, temos que ser mais cuidadosos para dizer as coisas", acredita. (E.G.)