Após completar 10 anos de casados, a auxiliar administrativo Marta Marinéia Cúnico de Carvalho e o marido, o assistente financeiro Marcos Antônio de Carvalho, foram agraciados com uma notícia que transformou as suas vidas: o exame de gravidez deu positivo e eles seriam pais de ''primeira viagem''. A partir daí, começaram a se preparar para a chegada do novo membro da família, Luís Miguel, hoje com 25 dias.
O período da gestação e os preparativos - organização do quarto, compra dos objetos para uso do bebê e dos muitos itens do enxoval - transcorreram de forma tranquila, assim como acontece em outras famílias. Um fato, porém, tornou a gravidez de Marta um pouco diferente. Enquanto alguns homens não se envolvem muito no processo - seja por falta de tempo ou de jeito -, Marcos Antônio desde o início fez questão de participar ativamente de todos os momentos.
Esteve presente nas consultas de pré-natal, participou dos ultrassons e fez até um curso para gestantes com a esposa, onde tirou muitas dúvidas e teve aula prática para aprender a dar banho, trocar fraldas, entre outros procedimentos. E, claro, assistiu ao parto cesárea e segurou o filho nos braços poucos minutos após o seu nascimento. ''Não tenho palavras para descrever como foi este momento. Parecia que o meu coração ia sair pela boca. Foi uma mistura de felicidade e apreensão'', afirma Marcos Antônio.
Ele conta que procurou oferecer todo o apoio necessário à mulher. ''Sempre fomos muito próximos e eu quis estar mais perto ainda durante essa fase em que ela ficou mais frágil'', observa o pai, admitindo que nunca havia dado banho e nem trocado fraldas de bebê. ''Nunca tinha nem segurado no colo uma criança tão pequena. Foi tudo novo para mim'', observa.
Para Marta, o apoio do marido foi fundamental. ''Ele me passou segrança e, com isso, passei a admirá-lo ainda mais como homem e como pai. Sei que estará presente em todos os momentos e isso me tranquiliza'', pontua.
Ela lembra que durante as consultas do pré-natal, Marcos Antônio fazia muitas perguntas ao médico e que se empenhou bastante para aprender a lidar com o bebê. ''Hoje ele 'tira tudo de letra'. Dá banho, troca fraldas, acalma o Luis Miguel quando está chorando. Faz tudo o que for preciso'', diz a mãe orgulhosa.
Mais comum
A participação da figura paterna durante a fase da gestação e na educação dos filhos é uma realidade cada vez mais comum. Antigamente os homens desempenhavam apenas o papel de provedor enquanto as mulheres se desdobravam para cuidar dos filhos e da casa. Na sociedade contemporânea, no entanto, pais e mães passaram a ocupar novos papéis, conforme comprova o ginecologista e obstetra Marcelo Mendonça.
''De 10 anos para cá, percebo que os homens passaram a participar mais da fase da gestação. Muitos frequentam o consultório com a esposa durante todo o pré-natal, fazem perguntas e não abrem mão de estar presente durante o parto ou a cesárea. Ficam emocionados e querem acompanhar os primeiros cuidados logo após o nascimento do bebê. Alguns até cortam o cordão umbilical com a ajuda da equipe'', atesta o médico.
Ele conta que os homens estão mais preocupados, tanto que alguns chegam a ligar quando a esposa apresenta algum sintoma diferente. ''Eles me ligam para saber se é normal. Ficam apreensivos'', afirma, destacando que ''os casais estão mais sintonizados e cuidando mais um do outro, o que é altamente positivo.''

Imagem ilustrativa da imagem Não basta ser pai
| Foto: Saulo Ohara
O assistente financeiro Marcos Antônio de Carvalho faz questão de trocar fraldas e dar banho no filho Luís Miguel, nascido há 25 dias: ''É tudo novo para mim''