Dez anos depois de vender a Zoomp para o grupo I'M (Identidade Moda), o empresário Renato Kherlakian volta à cena ao lançar o livro Uns jeans...outros não (220 páginas, Editora Senai-SP). Escrita a quatro mãos com o jornalista Ronald Sclavi, a publicação chega às livrarias em formato de glossário com verbetes de A a Z, que mesclam não só a história da grife de jeanswear como o universo do índigo.

Chamado muitas vezes de "Rei do Jeans" e o "Homem de Alma Azul", Kherlakian avisa logo nas primeiras páginas que "meu sangue é azul, porém não o é por descendência, mas graças ao denim. Minha história se inicia nas ruas do centro de São Paulo e toma um rumo especial quando, no meio do caminho, sou atingido por um raio poderoso que mudaria a minha história e a maneira com a qual a moda era feita no Brasil até então".

Lançada em 1974, a Zoomp mudou os rumos da moda ao se tornar uma das marcas mais desejadas entre os brasileiros, principalmente nos anos 1980 e 1990. Segundo Kherlakian, foram vendidas 14 milhões de unidades dos modelos baggy e semibaggy, com um custo de mais ou menos 100 dólares cada. Foram 85 lojas monomarcas espalhadas pelo Brasil, sendo que 25 eram próprias do empresário.

"De algum modo, encontramos um jeito todo Zoomp de transformar imagens em desejo de vestir", lembra Kherlakian. Pelas 220 páginas do livro, a história da grife se relaciona com nomes como Gisele Bündchen. Em sua lista dos 10 desfiles mais marcantes (incluindo as apresentações da Zapping, a marca mais jovem do empresário), Kherlakian cita Alice, de 1997, no qual a modelo gaúcha entrou na passarela com um gato nos braços. "Gisele virou Gisele naquele momento", afirma Paulo Borges, idealizador da São Paulo Fashion Week.

Entre tantas tops em suas passarelas, a grife teve a francesa Coco Rocha em um de seus desfiles e Naomi Campbell foi uma das garotas-propaganda. O fotógrafo peruano Mario Testino assinou uma das campanhas e Carine Roitfeld, antes de se tornar editora da Vogue francesa, foi diretora de arte para catálogos e desfiles da Zoomp. "Fomos a primeira marca da América do Sul a adotar a chamada meia numeração que permitia um caimento perfeito, vestindo 82% dos corpos não menos ímpares de cada região do País."

Fora do Brasil, a marca também conquistou muitos fãs. "Nossas calças de cintura baixa tornaram-se uma espécie de hit nos países europeus. Os produtos giraram rápido ou, como disse o jornal Le Monde: Zoomp fait boom. C’est vrai". O raio circulou em lojas de 20 países, do Japão à África do Sul, passando pela Europa e Oriente Médio.

Detalhe pé-vermelho: o modelo londrinense Fabio Delai aparece na última foto do livro, em um registro do desfile Inverno 2005 da Zapping.

MODA - O raio que entrou para a história
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