Diariamente, os chefes de cozinha Leandro Unonius, de 28 anos e Rafael Scaramal, de 27, twittam e postam no blog novidades e informações sobre o Due in Cocina, empresa de gastronomia em domicílio. O modelo de negócio, que já é sucesso em diversas capitais do Brasil e do mundo, é novidade na região e tem caído no gosto dos londrinenses. A dupla, antenada nas formas de divulgar seu negócio em redes sociais, já conquistou diversos clientes pela a internet.
"Sem a web, certamente não seria possível realizar esse projeto", comenta Unonius, que além da formação como chef no Italian Culinary Institute for Foreigners, no Rio Grande do Sul, também é formado em administração de empresas. "As redes sociais, o blog e o site são nosso escritório, e a cozinha dos ou­tros, nosso ambiente de traba­lho", afirma.
Scaramal explica que a ideia de abrir uma empresa aconteceu de forma despretensiosa e meio por acaso. Os dois, que se co­nheceram em Curitiba, na rede do Terra Madre Ristorante, pretendiam morar na Europa e, enquanto aguardavam a liberação dos passaportes, resolveram montar o negócio. "Os amigos gostavam do que a gente fazia, e então resolvemos criar um material de divulgação para apresentar para alguns clientes, enquanto esperávamos", afirma. E deu certo.
Ao contrário do que se imagina, ambos acreditam que chefe pode sim trabalhar em dupla. "Acho que o segredo do sucesso de nossa empresa está nessa fórmula, isso só nos trouxe vantagens", explica Unonius. "Temos mais senso crítico. A parceria nos assegura a qualidade do prato criado", afirma Scaramal
Embora alguns de seus clientes fiquem surpresos com a juventude da dupla, isso nunca atrapalhou nos negócios. "Chefe de cozinha remete à ideia de uma pessoa muito mais velha, porém, por sermos jovens, trazemos uma nova cara para a gastronomia local e uma cultura de negócio diferenciada", afirma Rafael, que tem vasta experiência em diversos restaurantes como o Glasgow e o pub The Buterfly and The Pig, na Escócia; II Gato Nero, em Torino, na Itália, e no Terra Madre Ristorante e Café de la Musique, em Curitiba.
A inquietação da juventude também é vantajosa na hora de criar novos sabores, buscar alternativas e adaptar pratos tradicionais. O sofisticado Tartare de Atum incorporou o jeito descontraído dos chefes: ficou um pouco mais apimentado e com toque oriental, servido em co­lheres, feito finger food. Outro prato que recebeu algumas modificações, com um toque bem brasileiro, foi o Ceviche. Antes o prato recebia folhas de coentro, mas os chefes resol­veram acrescentar sementes de coentro, pimenta de cheiro e limão caipira. "Fazemos o clássico, mas quando é possível incorporamos frescor aos pratos", conta Unonius.