Identificar distúrbios da fala, dificuldades de audição e problemas de linguagem. Esta é a função dos fonoaudiólogos nas escolas. Uma campanha realizada pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia destaca a importância da atuação destes profissionais nas instituições de ensino e pede que se torne obrigatória a presença deles no ensino público e privado. De acordo com Claudia Sordi, delegada do Conselho Regional de Fonoaudiologia, em Londrina, a presença do especialista nas escolas está relacionada a um melhor desenvolvimento nas áreas da linguagem oral e escrita e também na cognição, afetividade e relações sociais.
O trabalho desenvolvido pelos fonoaudiólogos nas escolas deve ser direcionado para avaliação e triagem de alunos e professores que apresentam algum tipo de dificuldade. ''Alguns diretores de instituições acreditam que o profissional está na escola para tratar as crianças, mas esta prática não deve ser realizada. O que o profissional faz é identificar os alunos com problema e encaminhá-los para um tratamento fora da escola'', destaca.
Conforme a fonoaudióloga Valéria Bueno, entre os distúrbios que são frequentemente encontrados nas escolas estão os atrasos globais de linguagem, trocas de letras na fala e na escrita, distúrbios articulatórios, distúrbios de aprendizagem, gagueira, perdas auditivas, distúrbios de leitura e escrita, entre outros.
O trabalho nas escolas acaba interferindo diretamente na otimização do desenvolvimento da linguagem oral, leitura e escrita dos alunos. ''O profissional tem condições de detectar precocemente alterações fonoaudiológicas relacionadas à audição, voz, motricidade orofacial e linguagem'', explica Valéria. Ela acrescenta que com este diagnóstico o profissional pode orientar os professores a respeito do método de alfabetização adequado para a criança.

Orientação a pais e professores
Além dos alunos, os pais também podem receber uma atenção especial do profissional. A promoção de estratégias de prevenção, preservação e controle de abusos e riscos para a voz e a audição também faz parte das ações que devem ser executadas pelo fonoaudiólogo nas escolas. ''É possível planejar palestras para os pais a respeito da interferência da alimentação e estimular a eliminação de hábitos inadequados relacionados às alterações fonoaudiológicas como o uso da chupeta, isso ajuda a prevenir patologias'', afirma Valéria.
Cláudia acrescenta que os professores também podem ser beneficiados com a presença do especialista no ambiente escolar. ''Dá para trabalhar a questão da saúde vocal e orientar a respeito dos hábitos saudáveis para a voz'', destaca.
De acordo com ela, o professor que apresentar alterações vocais também precisa ser encaminhado para acompanhamento com profissionais especializados. Conforme o Conselho Federal de Fonoaudiologia, cada escola deve ter um fonoaudiólogo e o profissional precisa ter uma formação generalista para dominar e identificar as patologias relacionadas à área.
''Com a questão da inclusão de alunos com deficiência nas escolas de ensino regular, a necessidade de um profissional como este nas escolas é ainda maior'', ressalta Valéria. Ela explica que o fonoaudiólogo está preparado para receber estes alunos e pode orientar os professores para que o método de ensino seja adequado a cada situação.