Para a psicóloga clínica analítica Marinez Terra Alves Ferreira, coordenadora do Serviço de Psicologia da UniFil, a participação da figura paterna é muito importante na gravidez, tanto para a criança quanto para a mãe. ''Ao oferecer um amor incondicional à esposa e à criança, o homem terá uma famíla ajustada e não estará se baseando de forma errônea em alguns valores contemporâneos'', explica.
Ela afirma que toda mulher necessita, mesmo que no seu íntimo, de atitudes de cuidado do seu marido, principalmente em uma fase tão especial como a gravidez. ''A presença do marido é fundamental. Ele deve dar suporte, apoio, segurança e condições básicas para que a mãe tenha tranquilidade desde a gestação até a chegada do bebê e na educação dele'', destaca.
Outro aspecto positivo, de acordo com Marinez, é o fato de contribuir para um bom desenvolvimento do bebê na vida intrauterina e, consequentemente, para uma gestação saudável. ''Além disso, a mulher que recebe suporte do homem será uma mãe sensível às necessidades dos filhos e do marido'', constata.
Segundo a psicóloga, é importante que o companheiro tenha atitudes de paciência e compreensão e que a mulher, por sua vez, entenda as limitações do homem naquele momento, principalmente quanto à sua masculinidade. ''Os sentimentos enquanto casal se diferem. É necessário haver bom-senso e buscar harmonia e equilíbrio familiar'', opina.
No que diz respeito à criança, Marinez explica que apesar da presença do pai ser fundamental em todas as fases, após os dois anos de vida é ainda mais importante. ''Depois de ter passado a primeira fase em que o bebê apenas vê o mundo através da mãe, o pai é integrado ao seu universo e começa a introduzir uma outra realidade, contribuindo na separação da díade (mãe+bebê), que passa a ser tríade (pai+mãe+filho)'', embasa a psicóloga.
Ela acrescenta ainda que o pai ausente traz uma série de malefícios à educação da criança. ''Pais ausentes muitas vezes estimulam filhos 'largados' e colocam a sociedade em crise. Para suprir a sua ausência, muitos tentam 'comprar' as crianças com entretenimentos e presentes, o que é muito negativo'', alerta.
O ideal, na visão dela, é o pai ocupar um espaço de autoridade e respeito, sendo um exemplo de amor e dedicação à famíla. (P.C.B.