Conectando gerações

Foi justamente depois de "estrearem" como avós em 2012 que a publicitária Elisabete Junqueira e o jornalista Jorge Luiz de Souza resolveram criar o site Avosidade, que completou um ano nesta semana, justamente no Dia dos Avós – 26 de julho. Cheio de novidades, o próprio nome é um neologismo e se refere ao processo de se tornar avô e avó, assim como existem os termos "maternidade" e "paternidade". Já a marca traz sobre a letra "O" um acento circunflexo invertido, uma forma de retratar com igualdade os dois gêneros, segundo Jorge.

Pais de cinco filhos e avós de cinco crianças – Mateus, de 4 anos; Sofia, de 2; Rafael, de 1 ano e 10 meses; Natália, de 1 ano e 2 meses; e Andrew, de 4 meses - , o casal conta que fez uma longa pesquisa até chegar à conclusão de que não havia na internet um espaço que contemplasse a relação entre avós e netos.

"Nosso objetivo é conectar gerações, tanto que o site já nasceu com um canal para os netos. Mas os pais acabaram entrando também, é bom porque assim conhecem os sentimentos dos avós. Isso favorece a harmonia familiar", diz Elisabete.

Para Jorge, a participação dos avós no site, sugerindo temas e mandando fotos é um indicativo de que eles usam a internet sim. "Eles não vão mais para a praça jogar dominó", brinca, ao que Elisabete completa: "As avós não são mais Dona Benta", se referindo à avó mais famosa da literatura infantil brasileira.

Além do canal destinado aos avós – chamado "neto curte vo", há também o "vo brinca", com dicas de passeios e passatempos; "vo escreve", com artigos e crônicas de colaboradores; "vo canta", com dicas de música; "vo fala", com entrevistas; e a "galeria de vo", onde são compartilhadas, claro, fotos dos netos.

O casal explica que todo o material é produzido por eles e por colaboradores. "Queremos trazer ótimas histórias, é uma maneira de as pessoas se enxergarem no site. Os especialistas como médicos e psicólogos nos ajudam nos dilemas e temos muito retorno, da família toda", dizem.

Jorge enxerga o site como uma contribuição às famílias e diz que alguns pontos da rotina infantil ainda criam atrito entre pais e avós, enquanto outros já estão sendo superados. "O que sempre cria conflitos é a parte da alimentação. As pessoas dizem que foram criadas assim e querem que os netos também sejam, mas tudo muda. A ciência evolui. Já na educação não é tanto (conflito) assim, mas há diferenças culturais. Os filhos têm medo dos pais deseducarem os netos, mas isso não acontece. Nós, por exemplo, temos netos de filhos diferentes, cada neto é tratado de forma diferente. Temos filhos que não gostam que publiquemos fotos das crianças, temos de respeitar isso", diz.

Elisabete aponta que por terem mais tempo que os pais, os avós acabam ganhando a fama de mimarem os netos. "Não faço mais nada quando estou com meus netos, mas não faço melhor do que os pais. Às vezes temos um pouco mais de paciência. Pais e mães têm mais tarefas. O avô quando está com o neto, está com o neto."