Para o psicólogo cognitivo-comportamental Rafael Pavani grande parte das oscilações de peso das pessoas que aderem a dietas radicais, está na ansiedade. ''A ansiedade é sempre o pano de fundo da compulsão e muitas vezes a pessoa não consegue canalizar isso de forma saudável'', afirma.
É comum o indivíduo não enxergar uma solução para o problema, por isso toma medidas radicais. ''Sem os resultados desejados, a pessoa fica frustrada e com isso não consegue controlar a alimentação'', ressalta.
De acordo com o psicólogo, a carência nutricional causada por dietas mal elaboradas deixa a pessoa deprimida, mal humorada e mais ansiosa. ''Muitos pacientes chegam para tratamento com o histórico parecido, já tentaram de tudo para emagrecer, mas nada deu resultado porque não encontraram a raiz do problema'', garante.
Pavani acredita que existe um preconceito com relação ao acompanhamento psicológico. ''As pessoas costumam achar que procurar um psicólogo é coisa de maluco, mas nosso papel quando é ensiná-las a gerenciar a ansiedade''. Ele informa que atualmente existem novos métodos terapêuticos. ''Com a psicoterapia focada é possível obter resultados rápidos e duradouros'', afirma.
Outra forma de lidar com ansiedade segundo o especialista é praticar uma atividade física. ''A função do exercício é duplamente positiva porque queima caloria e libera endorfina, substância que traz satisfação e saciedade.''
Ele explica que o cérebro tem uma predisposição a enviar a mensagem dentro daquilo que registra. Então, a pessoa muitas vezes come mais porque a mensagem é a de estocar comida. Bem humorado, o psicólogo afirma que é preciso ''tirar o cérebro do piloto automático'' e treiná-lo para envir mensagens menos famintas. ''Quando a pessoa cria novos hábitos alimentares o cérebro identifica, registra e estimula à continuidade deles'', conclui.