A carreira de Rafael Zulu, desde sua estreia na tevê, é bastante movimentada. O ator está de volta à Record, pela terceira vez, para interpretar o honesto e confiável Mauro, em ''Balacobaco'', próxima trama da emissora. Ele tem alternado papéis entre a Globo e a atual emissora desde sua primeira novela, ''Amor e Intrigas'', na Record.
Entre idas e vindas, este carioca de 30 anos se destacou mesmo em papéis na Globo, como o divertido gay Adriano, que trabalhava na agência de modelos de ''Ti-Ti-Ti''. No entanto, Zulu afirma que, desta vez, o retorno para a Record parece definitivo. ''A gente tem de priorizar quem prioriza a gente. A Record tem me namorado há tempos e está tendo um cuidado comigo que me faz pensar em ficar'', entrega o ator. Mesmo assim, ele preferiu assinar contrato por obra antes de atuar na trama de Gisele Joras - que substitui ''Máscaras'' a partir do dia 4 de outubro.
A história, dirigida por Edson Spinello, tem como principal cenário o ambiente de trabalho de Mauro, a agência de turismo ecológico Grau, dirigida por Eduardo - vivido por Victor Pecoraro -, melhor amigo do personagem de Zulu. Sua função na trama é alertar o protagonista que ele está sendo passado para trás justamente pelo irmão, o vilão Norberto, de Bruno Ferrari, um dos sócios da agência. ''Meu personagem quer abrir os olhos do Eduardo e mostrar que o irmão dele não vale nada'', adianta Zulu, que chega a comparar Mauro com um personagem que viveu na Globo, em ''Caras & Bocas''. ''Ele tem um pouco do Leonardo, que era um guia de safáris na África. Cheguei a gravar lá. É uma mistura dele com o Adriano, de 'Ti-Ti-Ti', mas sem ser gay'', define.
Nessa composição, a principal referência para o personagem aconteceu por acaso. Em um casamento de uma amiga com um americano, acabou conhecendo o guia turístico de 48 americanos que vieram ao Brasil para a cerimônia. Ao se aproximar do guia, resolveu fazer uma longa entrevista sobre a profissão, o que o ajudou em suas pesquisas nesta área. ''Fora isso, não tenho muito cipó para me segurar além do que o texto está me trazendo'', diverte-se Zulu, que se anima ao constatar a diversidade de tipos que tem vivido na tevê.
Desde sua estreia em 2005, em ''Amor e Intrigas'', na Record, o ator tem tido a sorte de não ficar rotulado ou ''engessado'' com o mesmo tipo de personagem, o que é cada vez mais comum com os atores na tevê. ''Normalmente colocam a gente em um caminho e fica difícil sair dali. Mas ainda bem que não passei por isso. Tem muita gente que quer provar outra sopa'', avalia o ator, que assegura que teve de correr muito atrás para conseguir algum destaque na tevê.
Nascido em São Gonçalo, periferia de Niterói, no Estado do Rio, Zulu sempre ficou fascinado com o teatro, mas nem sonhava com televisão. Tanto que decidiu se formar em Engenharia Eletrônica. Quando estava partindo para uma pós-graduação em Marketing, chutou o balde e recomeçou do zero. Se matriculou em um curso de teatro e mudou radicalmente de direção. ''Mas olhava minha turma e via uns toquinhos de 9, 10 anos na aula de Teatro. Vi que não podia ficar ali. Precisava dar o pulo do gato'', lembra.
Esta ''sacada'' foi se matricular em diversos cursos de interpretação simultaneamente, como no Teatro Tablado, na CAL - Casa das Artes de Laranjeiras - e em diversos outros, de cinema e tevê. ''Em dois anos, já estava na novela na Record'', orgulha-se o ator, que agora se prepara para protagonizar seu primeiro longa, ''Nego D'Água'', de Roque Araújo. A produção, rodada em Juazeiro, na Bahia, conta a história de uma lenda que se passa no Rio São Francisco. ''Vou viver o personagem-título, o cara que conta toda essa história'', comemora.