Disco do duo londrinense Vermes do Limbo é escolhido entre os 25 melhores álbuns de 2017
Disco do duo londrinense Vermes do Limbo é escolhido entre os 25 melhores álbuns de 2017 | Foto: Divulgação



Considerado um dos 25 melhores álbuns de 2017 até o momento, segundo a Associação Paulista dos Críticos de Arte – entre nomes como Criolo, Boogarins e Rincon Sapiência -, Berne Fatal é o novo disco da banda Vermes do Limbo. O lançamento aconteceu neste mês em um show realizado em Londrina, cidade origem da banda.

O duo londrinense, formado por Guilherme Pacola (bateria) e Vinicius Patrial (baixo), foi formado em 1996 por amigos de infância que se encontraram para dividir uma república estudantil na cidade de Marília, São Paulo. Atualmente, no entanto, a banda está radicada em São Paulo e brinca com o fato de ser representante do universo independente em uma lista como esta. "Será que ficamos pop?", respondeu a dupla em entrevista à FOLHA por e-mail.

Com muito pé no chão e colaboração de amigos, eles estão na estrada há mais de 20 anos e isso transparece na discografia do duo independente. Discos esses produzidos com a raça e o esforço presentes no gênero. "Não temos muita preocupação com estúdios, gravamos em casa, com locações emprestadas e raramente em estúdios. Na verdade, temos sorte de ter muitos amigos e parceiros que trabalham com música e que estão dispostos a nos ajudar nas gravações. Esse novo trabalho saiu pelo selo QTV, do Rio de Janeiro, em fita K7 juntamente com nosso trabalho anterior e um ao vivo, e saiu sozinho pelo selo virtual SineWave. Mas todos os álbuns anteriores nós fizemos na raça, com grana de shows e ajuda dos amigos."

Com uma discografia composta por 12 títulos, o Vermes do Limbo é um desafio para os especialistas em rótulos musicais. A banda ainda fez dois vídeos para acompanhar o lançamento: "Berne7" e "Negócio". Os Vermes se apropriam do rock progressivo, punk, vanguarda erudita, free jazz, da cultura do sample, do spoken word e ainda de um senso de humor meio caipira para construir sua sonoridade única. Sobre isso, os meninos são lacônicos: "Somos um duo de rock!", dizem.

A produção é de Bernardo Pacheco, que também mixou e masterizou a obra (exceto os vocais). "O Berne Fatal foi um convite do Bernardo para fazermos uma sessão no seu estúdio/casa. Tínhamos cinco músicas compostas e fizemos umas sessões de improviso com ele na guitarra", contam.

As plataformas escolhidas para o lançamento também são um tanto quanto diferenciadas. O disco foi produzido para o Spotify e também para o formato K7, opções ousadas e recheadas com a irreverência que é marca do duo. "Gostamos de ter nossas músicas de certa forma materializadas, seja em vinil, fita ou CD. O formato depende do que podemos gastar mesmo. E o Spotify, BandCamp, Youtube, entre outros, são plataformas de divulgação que estão aí para disponibilizar todos tipos de música para quem quiser, onde quiser e quando quiser, então é inevitável usufruir disso."

Para o futuro, o plano é dar uma acalmada nos ânimos e colher os louros desse último lançamento. Diminuir a velocidade dos passos sem, no entanto, pausar a caminhada. "Purificar a mente, tocar com 'ER', desacelerar, mas parar jamais", finaliza a dupla.