A trama propõe que os Transformers visitaram a Terra pela primeira vez na época do rei Arthur
A trama propõe que os Transformers visitaram a Terra pela primeira vez na época do rei Arthur | Foto: Divulgação



Ao analisar "Transformers: O Último Cavaleiro", quinto exemplar da franquia dos robôs alienígenas que se transformam em veículos, o importante não é classificá-lo como bom ou ruim. A tarefa adequada é descobrir qual público poderia gostar do filme, que estreia nesta quinta (20) nos cinemas.
Pensando assim, as sessões deveriam ser proibidas para maiores de 12 anos. Os pequenos espectadores têm mais condições de um envolvimento lúdico com robozões trocando socos e pontapés, sem prestar atenção ao roteiro.
E que roteiro! Uau! A trama simplesmente propõe que os Transformers visitaram a Terra pela primeira vez na época do rei Arthur. Merlin, por séculos um símbolo de mago poderoso, é revelado um picareta que só ganhou sua fama por utilizar tecnologia alienígena.
Anthony Hopkins - em mais um papel facinho numa superprodução de aventura, sua principal ocupação nesta fase de pré-aposentadoria - é uma espécie de guardião moderno da história dos Transformers entre os humanos.
Ele tem uma sala decorada com fotos engraçadas de robôs gigantes na Primeira Guerra e outros momentos notáveis dos últimos séculos.
Seu personagem está na função manjada de explicar como os jovens heróis podem impedir que outra batalha entre os Autobots (os robôs do bem) e os Decepticons (os malvados) destrua o planeta.
O mocinho é o nem tão moço Mark Wahlberg, repetindo seu papel no filme anterior, Cade Yeager, o inventor azarado mas bom de briga. A mocinha é a inglesa Laura Haddock, que interpreta a historiadora Vivian Wembley e surge como substituta plasticamente à altura de Megan Fox, musa dos primeiras aventuras dos Transformers.
O casal mostra alguma química no velho modelo de relação no cinema que começa como animosidade e vira paixão. Mas a garotada quer mesmo é pancadaria, então o diretor Michael Bay prova que ninguém precisa de muito enredo para preencher a tela com combates grandiosos.
Assim, os confrontos entre Optimus Prime, o robô herói líder dos Autobots, e o rival Megatron, dos Decepticons, vão se arrastar por mais de duas horas de projeção.
Principalmente em seu terço final, o filme larga de vez seu fiapo de roteiro e aposta na ação desenfreada. Como se quisesse lembrar a todos que a franquia foi baseada em brinquedos de verdade, populares desde os anos 1980, a ação na tela parece a filmagem de um garotinho no tapete da sala batendo um boneco contra o outro.