Imagem ilustrativa da imagem Rebeldia por um abraço
| Foto: Imagens: reprodução



Quando uma pessoa faz greve, é porque não está contente.

Era o que achava Lucie, uma garotinha de oito anos de idade que não estava contente com as coisas que estavam acontecendo em sua vida.

Havia pessoas que paravam de trabalhar porque não estavam satisfeitas com os políticos. Havia aqueles que paravam de trabalhar porque estavam descontentes com seus salários. Havia aqueles que paravam de comer porque não estavam contentes com as decisões do governo.
Lucie entendeu que greve era uma forma que dizer não. Uma maneira de fazer as pessoas perceberem que alguém não estava contente.

A partir desse entendimento, e de mal com o mundo, Lucie decide fazer greve. Uma greve que ela nomeia de greve de vida. Decide pelo isolamento.

Desejava deixar claro que não estava contente com o falecimento da avó, não estava contente por ter mudado de casa, não estava contente com o novo casamento do pai, não estava contente com o nascimento de seu novo irmão.

Lucie se tranca no quarto determinada em não fazer nada. Nada de nada. Nem brincar. Apenas deitar na cama e ficar olhando para o teto sem fazer absolutamente nada.

A história de Lucie é narrada pela escritora francesa Amélie Couture em "Greve de Vida", romance infantojuvenil publicado pela editora Companhia das Letras com ilustrações de Marc Boutavant.

A greve criada pela menina possui sua origem no luto que precisa viver após a morte da avó, a pessoa que a criou após a prematura morte da mãe. Em seguida se prolonga às mudanças que acontecem independente de sua vontade. Mudanças que envolvem uma nova família. Uma nova configuração familiar que precisa ser construída através de respeito mútuo.

A greve de Lucie, além de ser uma maneira de demonstrar seu descontentamento frente aos acontecimentos e mudanças, se revela uma maneira de chamar a atenção. E chamar a atenção, no caso, se resume em avisar que não está bem, não está legal. Que seu luto ainda não foi elaborado.

A menina está apenas está solicitando ajuda. Pedindo um abraço. Buscando rebeldemente aconchego.

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Serviço:
"Greve de Vida"
Autor – Amélie Couture
Ilustrações – Marc Boutavant
Editora – Companhia das Letrinhas
Tradução – Rosa Freire d’Aguiar
Páginas – 64
Quanto – R$ 34,90