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No Dia da Árvore, cerca de 50 alunos da Escola Municipal Maria Tereza Meleiro Amancio colocaram a mão na terra e plantaram sua muda
No Dia da Árvore, cerca de 50 alunos da Escola Municipal Maria Tereza Meleiro Amancio colocaram a mão na terra e plantaram sua muda | Foto: Fotos: Saulo Ohara



Cada pessoa produz ao ano, em média, 1,6 toneladas de dióxido de carbono, também chamado de gás carbônico (CO2), provenientes das atividades cotidianas que envolvem desde as mais corriqueiras como tomar banho e cozinhar, às relacionadas com desenvolvimento econômico e com as comodidades da vida moderna, sobretudo o uso de meios de transporte para deslocamento, como carros, motos, ônibus e avião. Ou seja, toda a população, em maior ou menor grau, contribui com o aumento excessivo de emissão de gases do famoso e temido "efeito estufa" na atmosfera que, por consequência, é causador do aquecimento global. Junto com o gás carbônico, o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) formam o efeito estufa.

Mas nem só as pessoas contribuem com este cenário. Somente a agropecuária é a grande responsável pela liberação de gás metano na atmosfera; este com potencial de aquecimento 25 vezes maior que o CO2. Como isso acontece? A fermentação no intestino, com a digestão de materiais orgânicos pelos ruminantes, é a maior fonte dessa emissão, que é liberada pela flatulência e arrotos de animais, como vacas, cabras e ovelhas. E como produtores desmatam florestas e matas nativas para servirem de pasto para estes animais, a conta não fecha: mais gases para menos árvores realizarem a compensação. E as perspectivas são cada vez mais preocupantes, visto que o consumo de carne aumenta a cada ano no país.

Tentando minimizar esse impacto, várias entidades no mundo realizam ações ambientais visando recompor a mata nativa e proteção dos recursos hídricos, principalmente mananciais. Eventos também engrossam a lista, como houve recentemente na abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, quando cerca de 15 mil sementes de 207 espécies foram depositadas em tubetes pelos esportistas. Do Maracanã, as sementes foram transportadas em caminhões para uma fazenda da Biovert, empresa de engenharia florestal contratada para cuidar das mudas. Boa parte é de árvores frutíferas e, em agosto do ano que vem, as mudas serão plantadas no Parque Radical de Deodoro para dar origem à chamada Floresta dos Atletas.

Larissa Squizzatto, do Instituto A. Yoshii e Kimiko Yoshii: "Com esse evento, as crianças aprendem na prática e sentem que estão colaborando ativamente com o meio ambiente"
Larissa Squizzatto, do Instituto A. Yoshii e Kimiko Yoshii: "Com esse evento, as crianças aprendem na prática e sentem que estão colaborando ativamente com o meio ambiente"



DIA DA ÁRVORE
Segundo dados da ONG Iniciativa Verde, ao mesmo tempo em que o Brasil possui a maior área de florestas do planeta e a mais rica em biodiversidade, ocupa a sétima posição no ranking entre os países mais poluidores do planeta. Faz-se, então, fundamental a realização de medidas para ajudar a atingir as metas brasileiras de recomposição dos milhões de hectares de florestas nativas devastadas, pois tal ação ajuda, também, a aumentar a umidade do ar graças à evapotranspiração, evita erosões e assoreamento de rios, reduz a temperatura e fornece sombra e abrigo para algumas espécies animais. É o que faz o Instituto A.Yoshii e Kimiko Yoshii, entidade com ações voltadas ao terceiro setor para ampliar e consolidar atividades sociais, promover projetos focados em melhoria da qualidade de vida, inserção social e democratização cultural, que realiza, anualmente, o plantio de árvores na Chácara da Graciosa.

Este ano, em comemoração ao Dia da Árvore, no dia 21 setembro, cerca de 50 alunos da Escola Municipal Maria Tereza Meleiro Amancio puderam colocar a mão na terra e plantar sua muda. A data, que é diferente em outras partes do mundo, foi escolhida no país em razão do início da primavera, que começa no dia 23 de setembro no hemisfério sul. Segundo Larissa Squizzato, coordenadora do instituto, um mix de cem mudas de árvores nativas foram disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Florestas (IBF) para a ação. "Com esse evento, que ganha ainda mais força pelo comemoração do Dia da Árvore, criamos uma atividade que ajuda na conscientização e criação de uma cultura pela preservação do meio ambiente, pois aprendem na prática e sentem que estão colaborando ativamente."

Portanto, mais do que ato simbólico de plantar a árvore, o evento é visto como um dia de reflexão sobre as atitudes que podem e devem ser mudadas. "O instituto tem como missão agir como agente transformador e multiplicador social, promovendo o desenvolvimento pessoal, cultural e de preservação do meio ambiente. Dentre as várias ações, nosso trabalho visa incentivar uma mudança de postura de que nossos atos afetam gerações futuras. Por isso, a importância de aprenderem, também, sobre a coleta seletiva e a geração de resíduos", completa a coordenadora, destacando que, no mês de setembro, foram distribuídas 250 cartilhas para estudantes do 1º ao 4º ano de escolas municipais, com o objetivo de incentivá-los a fazer coleta seletiva e o plantio de árvores.