O historiador Carlos Nabuco é um fazedor de velhos. Muitas vezes tido como estraga-prazer, por falar aquilo que ninguém quer ouvir, sua missão é ensinar às pessoas a consciência de uma obviedade amedrontadora: o tempo passa. ''Viver é aprender com o passar do tempo, e não deixar de viver sob uma máscara que recusa o envelhecimento'', diz o escritor Rodrigo Lacerda.
O narrador Pedro, um jovem a caminho da vida adulta, procura o mestre Nabuco porque está em crise com a faculdade: ele não sabe se nasceu para ser historiador. As transformações de Pedro, que passam pela procura de sua vocação profissional e pelos males de amor, são o tema principal de ''O Fazedor de Velhos'', novo livro do carioca Rodrigo Lacerda.
A emoção é a única coisa que ele pretende transmitir seja na obra ficcional seja nas atitudes cotidianas. E, para sentir, primeiro é preciso ter a consciência do tempo que passa. ''O preço da ilusão da eterna juventude é alto, é não viver intensamente'', diz Rodrigo Lacerda, ganhador do Prêmio Jabuti (1996) por ''O Mistério do Leão Rampante'' (Ateliê). O envelhecimento não é inimigo, mas tempero para as experiências: ele acentua o sabor do que não poderá existir outra vez.

SERVIÇO
- O Fazedor de Velhos
Autor - Rodrigo Lacerda
Editora - Cosac Naify
Páginas - 136
Quanto - R$ 35