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Geneton de Moraes Neto: "Fazer jornalismo é produzir memória"



O corpo do jornalista Geneton Moraes Neto foi enterrado ontem, às 13 horas, no Memorial do Carmo, zona portuária do Rio. Ele morreu no fim da tarde de segunda-feira (22), vítima de um aneurisma na aorta, aos 60 anos, sendo 40 de profissão.
Geneton foi repórter do Diário de Pernambuco, depois foi para a sucursal Nordeste do Estado de S. Paulo, passou uma temporada em Paris, onde trabalhou como camareiro, motorista e estudou cinema na Universidade Sorbonne. De volta ao Brasil, foi editor e repórter da Rede Globo Nordeste e depois na Rede Globo Rio. Foi editor executivo do Jornal da Globo e do Jornal Nacional, correspondente da GloboNews e do jornal O Globo em Londres, repórter e editor-chefe do Fantástico. Na GloboNews desde 2006, estava à frente do programa Dossiê. Em agosto de 2009, estreou um blog no G1, que manteve atualizado até abril de 2016.
Geneton também era escritor: publicou oito livros de reportagem e entrevistas: "Hitler/Satalin: o Pacto Maldito", "Nitroglicerina Pura", "O Dossiê Drummond: a Última Entrevista do Poeta" e "Dossiê Brasil", entre outros. Fez também documentários, o mais recente sobre Glauber Rocha.
Pernambucano, afirmava que nasceu "numa sexta-feira 13 (de julho), num beco sem saída, numa cidade pobre da América do Sul: Recife". Saiu do referido beco para ganhar o mundo fazendo jornalismo. Seus primeiros passos na profissão foram aos 13 anos de idade, escrevendo artigos amadores para o "Diário de Pernambuco" onde, poucos anos depois, conseguiu seu primeiro emprego.
Eclético, entrevistou de Miguel Arrares a Martin Luther King, passando também por três astronautas que pisaram na Lua e dois militares que ajudaram a lançar as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki. Era conhecido como um dos melhores entrevistadores do jornalismo brasileiro, fazendo sempre "as melhores perguntas", como enfatizam seus colegas. Sobre a profissão costumava dizer: "Todo profissional precisa de uma bandeira. Escolhi uma: fazer Jornalismo é produzir memória. De certa forma, é o que me move."
(Com agências de notícias)