Atriz interpreta Joyce, que está prestes a descobrir a transexualidade da filha
Atriz interpreta Joyce, que está prestes a descobrir a transexualidade da filha | Foto: João Cotta/Globo



Em 'A Força do Querer' (Globo), Joyce, personagem interpretada por Maria Fernanda Cândido, vê sua vida ir desmoronando dia após dia. Desde o início da trama, a convivência com a filha, Ivana (Carol Duarte), foi marcada por conflitos e tende a se agravar agora que a jovem vai, finalmente, descobrir sua transexualidade. Fora isso, Joyce enfrenta a traição de Eugênio (Dan Stulbach) com Irene (Débora Falabella), que até pouco tempo ela pensava ser uma amiga.

Na entrevista a seguir, a atriz de 43 anos fala sobre as divergências entre Joyce e Ivana e como a personagem deve reagir ao saber que a filha é trans. Além disso, Maria Fernanda comenta a sua volta aos folhetins após quase dez anos - já que a última novela inteira da qual participou foi 'Paraíso Tropical' (2007) - e conta detalhes da parceria com o psicanalista Jorge Forbes no programa 'TERRADOIS', da TV Cultura.

- Como a Joyce vai lidar com a questão da transexualidade da Ivana?

Durante a novela, o castelo de Joyce vai sofrendo alguns abalos. Então, a gente está entendendo que tipo de estrutura psicológica e emocional ela vai ter para lidar com esses conflitos do mundo contemporâneo. Existem os novos afetos, as novas relações de trabalho, a manipulação genética, a entrada da era digital nas nossas vidas... Você tem aí uma lista de assuntos que são parte desse mundo contemporâneo e isso se apresenta para nós. A Joyce é uma pessoa que foi criada com os parâmetros antigos. Então, essas questões novas que vão se apresentar para ela irão gerar conflitos. Não vai ser tranquilo! Vai mexer com o mundo dela!

-Você acha que a Joyce vai rejeitar a filha?

Tem uma distância entre aquilo que você diz e o que sente. Eu acho que os pais, independentemente de serem mais ou menos conservadores, sempre vão querer o caminho mais suave para os filhos. Mesmo uma pessoa ultramoderna vai querer o caminho com menos obstáculos e sofrimento. Então, tudo que os pais percebem que vai ser mais difícil, é óbvio que eles também vão sofrer, mas isso não significa que vão rejeitar ou deixar de amar.


- Como é voltar às novelas após dez anos?

Estou feliz, claro! Antes não fazia porque meus filhos eram muito pequenos e a logística de trabalho era muito difícil. Agora eles são meninos crescidos, já conseguem verbalizar o que querem e compreendem muito bem. E eu e o Papinha (Rogério Gomes, diretor) já tínhamos tentado trabalhar e não tinha dado certo. O mesmo aconteceu com a Glória (Perez)...