Filme de Daniel Espinosa traz cenas claustrofóbicas para tratar de uma ameaça microscópica que vem de Marte
Filme de Daniel Espinosa traz cenas claustrofóbicas para tratar de uma ameaça microscópica que vem de Marte



Los Angeles - Desde que "Flash Gordon" percebeu há oito décadas que os extraterrestres não chegavam em missão de paz, a humanidade sofre com o perigo da destruição nos filmes sobre invasões alienígenas.
Do clássico de Frederick Stephani de 1936, passando pela franquia "Alien" de Ridley Scott, que arrecadou 1,2 bilhão de dólares, até o mais recente "Independence Day: O Ressurgimento", os heróis de mais de 500 filmes de invasão espacial se arriscaram - e morreram - de formas cada vez mais inovadoras.
A primeira grande produção de ficção científica de 2017 é "Vida" ("Life"), do diretor sueco Daniel Espinosa.
Protagonizado por Jake Gyllenhaal, Ryan Reynolds e Rebecca Ferguson, o filme claustrofóbico conta a história de uma tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) que combate uma espécie microscópica, mas de evolução rápida, que já provocou a extinção de Marte e agora ameaça a vida na Terra.
"Life" estreia nesta sexta-feira (24) nos Estados Unidos e no dia 20 de abril nos cinemas do Brasil.
"O ritmo do roteiro é abrasador e aterrorizante. Quando eu estava lendo, tive alguns momentos em que fiquei muito ansioso, o que é um ótimo sinal", disse Gyllenhaal.
"Não há nada que provoque mais medo do que algo que está apenas tentando sobreviver e que sabe um pouco mais que você", afirmou Reynolds no lançamento mundial do filme, no festival South by Southwest em Austin (Texas), no último sábado (18.) Na produção, o ator volta a trabalhar com os roteiristas de "Deadpool", Rhett Reese e Paul Wernick.
As comparações com "Alien, o Oitavo Passageiro" - produção em que um extraterrestre persegue a tripulação de uma nave espacial - são inevitáveis, justamente quando "Alien: Covenant", o sexto filme da série, tem previsão de estreia para maio.

O diretor Daniel Espinosa em ação: para dar "realidade científica" ao filme foi consultado o geneticista britânico Adam Rutherford
O diretor Daniel Espinosa em ação: para dar "realidade científica" ao filme foi consultado o geneticista britânico Adam Rutherford | Foto: Fotos: reprodução



"Quando 'Alien' foi produzido estávamos na era pós-atômica, quando todos estavam olhando para o futuro. Os jovens de hoje vivem em um mundo tão caótico que eles não pensam muito no que pode acontecer dentro de 10 anos, muito menos 100 anos", disse Espinosa.
O objetivo, completou o diretor, era criar uma trama verossímil, possível para a atualidade: um rover que descobre um organismo de uma célula em Marte e o transporta para a ISS, onde este cresce, ganha força e se torna hostil.
Para manter a trama dentro da "realidade científica", a produção consultou o geneticista britânico Adam Rutherford, que escreveu diversos livros sobre modificação genética e a criação de novas formas de vida.
A equipe do filme criou um organismo original que muda de forma e se adapta ao ambiente, além de conseguir imitar qualquer coisa com a qual entre em contato, ficando cada vez maior, mais forte e ameaçadora.
Para tornar a história mais convincente, o roteiro explica que o organismo não ficou exposto à radiação solar no planeta vermelho, e sim em hibernação.
As primeiras críticas foram divididas, com o Hollywood Reporter chamando o filme de "decepcionante". Outros textos celebraram a direção do longa-metragem e o elenco multicultural, que inclui os atores Hiroyuki Sanada, Ariyon Bakare e Olga Dihovichnaya.