Mira Roxo nasceu em São Paulo, capital, onde passou sua infância. Graduou-se em Bacharelado em Pedagogia, licenciatura em Filosofia, Sociologia e Psicologia da Educação pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo e lá começou seu trabalho na área com adultos na periferia, escolas, orfanatos e Apae (Associação Pais Amigos Excepcionais). Mudou-se para Londrina há 40 anos e na cidade, juntamente Ligia Sokolowski, deu início a um novo sistema experimental de educação com a Escola Seta (Sensibilização Educação Trabalho Atualização), onde a criança ocupa o lugar principal. Como celebração de todo o trabalho pedagógico e educacional que realiza ao longo de quase quatro décadas, ambas irão lançar esta semana o livro-DVD "A Nossa Escolha - Uma Escola em Verso e Reverso" (leia texto nesta página), obra que traz uma visão poética do texto, contexto e imagem do caminho percorrido pelas duas na busca viver na prática tudo o que foi escrito e ninguém ousou: reinventar a escola.

O que você mais gostava de fazer na escola quando criança? Qual a melhor lembrança?
Eu gostava da hora recreio. Palavra antiga, né? A gente tomava o lanche que trazia de casa. Como eu levava quitutes lusitanos, minhas amigas queriam repartir o lanche comigo e eu adorava dividir.

Suas notas eram boas?
Até que não eram ruins. Minha nota menor era sempre a de comportamento. A maior, geralmente 10, era de polidez. Dá pra entender?

O que você gostava de comer na hora do recreio?
Gostava dos quitutes lusitanos, tipo folar, pão com alheira e também da bisnaga.

Você já ficou de castigo ou levou bronca do professor alguma vez? Como foi?
Era especialista nisso. Para mim era muito normal falar com as pessoas, fazer perguntas. Vinda de uma família grande, fazia na escola o que fazia em casa. Geralmente nem sabia porque ia de castigo.

Tinha muitos amigos e qual sua relação com eles até hoje?
Sim. Mas deixei São Paulo, minha terra natal, há 40 anos. No meu aniversário comemorado lá havia algumas amigas da época.

Quando criança, imaginava que teria essa profissão?
Quando criança eu queria brincar e mais nada. Aliás, recomendo que brinquem. Brinco até hoje.

Como foi o início da carreira? Conte um pouco sobre sua trajetória profissional.
Uma vez, em um congresso em Lisboa (Portugal), conversando sobre a escola me perguntaram: "De onde vem tanta inspiração?". Só respondi: "São as memórias, é a história. Sei o que vivi, meu começo, meu meio. Meu fim foi e é analisar e questionar. Ler a "palavramundo" é a minha paixão.