Após representar o Brasil em um festival internacional de karaokê realizado no Japão, no início da década de 80, Mity Shiroma passou a receber diversos convites da comunidade japonesa local para dar aulas de canto em Londrina. "Os japoneses adoram karaokê, que estava em alta naquela época. Foi nesse período que fiz aulas de canto com as professoras de canto lírico Walkyria Ferraz e Mimi Lück e adaptei a metodologia que aprendi com elas para criar meu próprio método de ensino. Após orientar sobre as técnicas básicas de emissão, respiração e expressão corporal, as aulas são realizadas com as músicas que as pessoas desejam aprender a cantar no karaokê", afirma.
Atualmente, Mity já atende a segunda geração de alunos na escola de karaokê batizada com o seu nome. "Tenho grupos de crianças, jovens, adultos e idosos. Cada aluno chega com um objetivo, mas a grande maioria quer perder a timidez e acaba trazendo seus filhos com mesmo propósito. Normalmente os japoneses são muito tímidos e o canto ajuda a superar essa limitação", destaca Mity.

30 anos
Fazendo uso de um piano, um espelho e um aparelho de videokê, Mity conta que grande parte dos alunos não tem pretensões artísticas. "Poucos seguiram o caminho da música, como as cantoras Francine, que está na banda do programa do Faustão, na Rede Globo, e a Lissah Martins, ex-integrante do grupo Rouge. A maioria não sonha seguir carreira artística. Tenho alunos que fazem aula comigo há 30 anos e nunca subiram no palco, apenas gostam de cantar.", conta.
Com o objetivo de proporcionar aos filhos uma aprendizagem musical, a dona de casa Tereza Toyoko Nakayama matriculou seus quatro herdeiros na Mity Escola de karaokê. "Como todos eles faziam aula e eu tinha que ficar esperando, resolvi aprender a cantar também. Com o tempo, apenas um continuou cantando e eu nunca deixei de fazer aula pois descobri que cantar é a melhor coisa do mundo", diz.
Moradora em um sítio na cidade de Tamarana, dona Toyoko, como é chamada, vem a Londrina todas as semanas para fazer aulas de karaokê. "Faço aulas há quase 30 anos e não pretendo parar. Sempre que sou convidada a cantar músicas japonesas em eventos eu aceito o convite, pois cantando a gente esquece os problemas e fica feliz", ressalta. (M.R.)