Goulart de Andrade: com atuação marcante no jornalismo, levava os espectadores aos locais de reportagem de forma intimista



O bordão "Vem Comigo" é conhecido no Brasil inteiro por quem quer que tenha acompanhado a carreira do jornalista Goulart de Andrade que morreu na madrugada de terça-feira (23), no Hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, aos 83 anos. A causa foi um problema no sistema cardiorrespiratório.
Nascido no Rio de Janeiro, ele foi jornalista, publicitário, radialista, ator, diretor, diretor de cinema e TV, além de empresário de comunicação. Na TV Globo, estreou em março de 1978 com o programa "Comando da Madrugada". Em 1983, o programa deixou fazer parte da programação da emissora e passou a ser exibido – sempre com o mesmo formato e com nomes diferentes – em várias outras TVs. Também fez parte da equipe do "Fantástico", de 1973 a 1976, e do "São Paulo Especial". Seu último trabalho foi na TV Gazeta como apresentador do programa "Vem Comigo", onde atuava com alunos da Fundação Cásper Líbero.
Sua marca registrada era conduzir a reportagem introduzindo o espectador no mundo da notícia. Era como se quem estivesse assistindo entrasse com ele nos lugares escolhidos ou participasse da entrevista. Um tipo de jornalismo intimista que aguçava a curiosidade de quem assistia aos seus "plantões". Era também considerado muito inquieto, sempre inovando a forma de trabalhar na TV e reconhecido como um jornalista que não tinha medo de ousar.
Com 61 anos de profissão, estreou em 1955, na TV Rio, com o programa "Preto e Branco". Depois trabalhou na TV Tupi, na TV Excelsior, na TV Rio, na TV Globo, na TV Gazeta, com Fausto Silva, na TV Record, na TV Bandeirantes e no SBT.
Também passou por jornais impressos como "Última Hora" (de Samuel Wainer) e "Aqui São Paulo" e participou de dois filmes: "A marcha" (1972) e "Próxima vítima" (1983).
Goulart de Andrade entrevistou personalidades como Jânio Quadros, Washington Olivetto, Chico Buarque de Holanda, César Camargo Mariano e Mário Covas. Ele deixa a mulher, Margareth Bianchini, com quem viveu os últimos 13 anos, teve três filhos, três netos e uma bisneta.
O velório acontece na Assembleia Legislativa de São Paulo. Até à tarde de ontem não havia informações sobre o sepultamento ou cremação.
(Com agências de notícias)