Fernanda Souza: "O espetáculo é uma comédia, mas também tem momentos muito delicados"
Fernanda Souza: "O espetáculo é uma comédia, mas também tem momentos muito delicados" | Foto: Divulgação



Escrito por Fernanda Souza em parceria com Léo Fuchs e direção de Pedro Vasconcelos, "Meu Passado Não Me Condena" é um espetáculo em que humor e emoção se mesclam. Nele, a atriz abre a sua vida, suas memórias e seus personagens, numa mistura de stand up moderno e inovador. Com muito jogo de cintura, a atriz consegue fazer com que a plateia seja coadjuvante da sua própria história.
Portanto, de forma lúdica e divertida, Fernanda Souza conta como iniciou a carreira, fala da vida pessoal, personagens, como são feitas as cenas e como funciona o roteiro de uma gravação, e outros diversos temas como perrengues, fama, relação com a mídia, amigos, viagens e namoro. O espetáculo, que tem apoio do Grupo Folha de Comunicação será apresentado hoje (24), em duas sessões, no Teatro Marista.
Em "Meu Passado Não Me Condena", Fernanda também relembra os personagens de sucesso (Mili de Chiquititas, Mirna de Alma Gêmea, Carola de O Profeta, Isadora de Toma Lá Dá Cá, dentre outros) que marcaram seus vinte e cinco anos de carreira e usa a plateia como se estivesse num confessionário. No total, 60 minutos de entretenimento, em que humor e emoção se misturam fazendo que o público saia do teatro com a seguinte questão: será que nosso passado nos condena? Leia a seguir a entrevista exclusiva da atriz para a FOLHA 2.

Você escreveu o roteiro baseado em sua própria vida pessoal ou profissional?
Eu escrevi a peça baseada nas histórias de bastidores. A intenção nunca foi escrever uma peça baseada na minha vida profissional nem pessoal. Muito pelo contrário, queria muito contar os bastidores do que acontece na vida de uma atriz. Só que se eu pegasse as histórias de todo mundo que eu conheço, seria chato ter de escolher uma história para contar e dizer "essa história foi com alguém, mas não posso revelar o nome", ou expor as pessoas. Enfim, para isso não acontecer, decidi pegar as histórias que vivi, porque, querendo ou não, elas são muito parecidas. Meus amigos que já viram a peça falaram que viveram algo parecido. Ou seja, acontece com todo mundo.

Como foi o processo de seleção das histórias?
Selecionei as histórias mais divertidas, as mais emocionantes também, os momentos difíceis e custosos para montar esse roteiro. Na verdade, a seleção ocorreu visando o que era divertido e o que era sério. O espetáculo é uma comédia, mas também tem momentos muito delicados.

O que pretende mostrar com o espetáculo: as curiosidades da carreira ou da vida de um artista?
Com esse texto, eu escolhi histórias que humanizassem o artista, para que as pessoas entendessem que, querendo ou não, todo mundo vive histórias muito semelhantes de superação, de fé, de esperança, de receber sim e não. Essa foi minha intenção com o espetáculo. As histórias, obviamente, geram uma curiosidade e acabam sendo a extensão de uma rede social. Todo mundo quer saber os bastidores, tudo aquilo que acontece por trás da câmera, do teatro e do palco.

A peça pode ser considerada um stand up?
O espetáculo não pode ser considerada um stand up, mas um monólogo que tem começo, meio e fim. É uma história mesmo, sendo contada ao passar dos anos. Eu nunca fiquei pensando em como iríamos definir o espetáculo. É um stand up? Um pouco. Monólogo? Também. Minha preocupação não é classificar, mas dizer que se trata de uma comédia, que tem momentos emocionantes. É voltado para todas as idades, crianças, adultos, pois em nenhum momento eu falo palavrão ou qualquer coisa que possa ofender a plateia. Enfim, é um espetáculo que agrada à família.

É uma vertente na qual pretende investir mais na sua carreira?
Realmente a comédia é uma vertente que eu gosto, seja pelo prisma da diversão, do bom humor, da alegria, porque eu sou um ser humano assim. Não é nem muito uma opção de trabalho, é uma opção de vida, já que a levo pelo prisma da diversão e da leveza. Pode ser, então, que me atraia trabalhar com comédias, mas não é, necessariamente, o nicho que eu deva fazer. Quero me comunicar, e isso independe se é no teatro, na televisão, no cinema, apresentando ou interpretando.

Depois de três anos, o espetáculo mudou em algum aspecto? O que descobriu em você nesse tempo ao contar suas histórias?
Depois de três anos em cartaz, mais de 300 mil pessoas já assistiram. O que eu descobri nesse tempo é que eu não interpreto nenhum personagem: eu sou a Fernanda contando essas histórias, é que como se eu estivesse apresentando essas histórias para o público. Com isso, meu lado apresentadora foi sendo trabalhado, já que são três anos; cada final de semana uma plateia diferente, com uma reação distinta. Aprendi muito fazendo esse espetáculo que despertou a Fernanda apresentadora que existia dentro de mim. O espetáculo foi trabalhando isso em mim durante todo esse tempo.

Serviço:
Meu Passado Não Me Condena com Fernanda Souza
Quando: Sábado (24), às 19 e 21 horas
Onde: Teatro Marista
Quanto: a partir de R$ 50 (www.diskingressos.com.br)
Censura: 12 anos