Tem quatro anos que Pedro Bial queria um espaço novo na tevê. Em 2008, conversou com a direção do jornalismo da Globo para, ao final do ''Big Brother Brasil 8'', não precisar voltar à função de apresentador do ''Fantástico''. E, de certa forma, foi ali que começaram a surgir as primeiras formas do ''Na Moral'', programa semanal de debates que estreia na quinta-feira (5) às 23H45, na Globo. ''Fiz alguns pilotos nesses anos e, agora, saiu do papel. Antes, a ideia era pegar um assunto e revirá-lo por todos os lados. O conceito amadureceu e, do ano passado para cá, surgiu um novo olhar: falar das decisões morais que determinam nossas decisões diárias'', resume o apresentador, que garante não querer ditar regras na posição de apresentador. ''Moralizar é empobrecedor. Desmoralizar é bem mais interessante'', brinca.
O estúdio lembra uma sala de estar. Mas, pela primeira vez em sua trajetória como jornalista, Bial vai apresentar um programa de auditório. ''O 'Big Brother Brasil' até tem, mas é torcida, não chega a ser plateia'', explica. A ideia é que as discussões possam ser debatidas não apenas por especialistas nos assuntos tratados, mas também por gente que vive a situação na pele.
Mas tanto o apresentador quanto o diretor Luiz Gleiser e o redator-final Marcel Souto Maior fazem mistério sobre o que pode ou não ser debatido no ar. ''O 'Na Moral' vai se transformar toda semana. Muda o cenário, o tema e até a participação do público. Queremos mostrar que ideias opostas não se excluem. Mas a tevê vive da surpresa, então só vamos revelar o assunto de cada programa quando ele for exibido'', desconversa Marcel.
Para esquentar os debates, algumas matérias nas ruas devem ser feitas e também aparecerão desde animações a minidocumentários e dramatizações ilustrando os assuntos. E, no palco, junto com Bial, cada programa contará com um DJ convidado. A ideia é aproveitar os temas abordados na seleção de músicas. Segundo o apresentador, algo próximo do que é feito na série americana ''Glee''. ''Eles usam canções para apresentarem a trama do episódio. E nossa música é tão rica que sabemos que qualquer tema vai render no mínimo uma meia dúzia de composições que ajudem na reflexão. O Gleiser tem uma história ligada à música, isso ajuda'', adianta Bial. Além do ''Na Moral'', Luiz Gleiser dirige há seis anos o musical ''Som Brasil''.
A exibição será sempre depois do capítulo de ''Gabriela''. No ar, não contará com mais que 35 minutos de duração e, assim como quase toda a linha de shows da emissora, segue o esquema de temporadas. Porém, pelo menos por enquanto, não há qualquer certeza a respeito do número de programas que serão feitos. Ao que parece, só uma coisa está definida. ''No final do ano, passo a me dedicar normalmente ao 'Big Brother Brasil'. Depois dele, aí já não sei o que acontece'', informa, sem mencionar se isso significa que possa deixar o comando do reality show caso a Globo realize a edição de 2014.
Apesar da ideia de debater assuntos do dia a dia e contar com a interação do público - principalmente a partir do site do programa -, transmitir ''Na Moral'' ao vivo não chegou a ser cogitado pela equipe. A intenção é gravar no sábado, exibir na quinta e, na sexta, um dia antes da nova gravação, avaliar a repercussão nas redes sociais para, a partir desse resultado, analisar o que pode ser melhorado ou aproveitado para a edição seguinte. ''É claro que os temas mudam e nem sempre vai ser fácil. Mas vamos procurar uma maneira de repercutir isso. O 'Na Moral' é uma experiência ainda, vamos aprender a fazer fazendo'', diz Luiz Gleiser.