Alunos fizeram escavações em busca de fósseis de plantas e animais: atividade enriquece o conhecimento teórico sobre uma profissão fascinante
Alunos fizeram escavações em busca de fósseis de plantas e animais: atividade enriquece o conhecimento teórico sobre uma profissão fascinante | Foto: Fotos: Ricardo Chicarelli
Sistema de irrigação oferece uma "ducha" para se refrescar em dias de calor durante o passeio
Sistema de irrigação oferece uma "ducha" para se refrescar em dias de calor durante o passeio



Entre as profissões que mais permeiam o imaginário infantil estão aquelas que parecem ter uma certa dose de aventura e ausência de rotina. Cientista, piloto de avião, astronauta, policial e atleta estão no topo da lista. Não pode-se esquecer, ainda, os historiadores e suas atividades de campo, como arqueólogo e paleontólogo, que também chamam a atenção da criançada por todo mistério e passos do planeta que acabam desvendando.

Enquanto a primeira é dedicada ao estudo das civilizações a partir da análise de vestígios materiais deixados, como fragmentos de cerâmica, ferramentas, instrumentos de caça e restos de alimentos, a segunda se dedica ao estudo de fósseis, ou seja, dos restos (dentes, ossos, conchas, sementes, troncos) ou vestígios (pegadas, ovos e até fezes) de organismos com milhares de anos. Uma verdadeira viagem no tempo, que remete até mesmo à época de dinossauros, há milhões de anos.

Já pensou poder vivenciar de perto um pouquinho da experiência em ser desbravador do tempo numa aula viva? No Jabuti – Lazer e Conhecimento isso é possível, já que, no espaço, estudantes da educação infantil até o nono ano participam de roteiros pedagógicos, pelas chamadas estações temáticas, as quais possuem estrutura científica e visual necessária para abordar o tema. Um deles leva, exatamente, a esse universo desconhecido.

Alunos do quarto ano da Escola Municipal Nina Gardemann (região Oeste), participantes do Programa Folha Cidadania, estiveram no espaço realizando o passeio "A descoberta do tesouro fóssil", em que o grupo é estimulado a utilizar mapas, bússolas e os pontos cardeais para encontrarem os fósseis enterrados na Estação da Pedra Lascada. Antes, porém, passam por várias paradas e recebem informações de forma lúdica. "Vocês sabem o que são fósseis? São restos de animais e vegetais que viveram há muitos, mas muitos anos", explica o monitor Chuchu.

Em seguida, passam pelo Museu Fóssil, onde puderam tocar com as mãos réplicas em alto relevo de plantas e animais, e obter informações do local em que foram encontrados e suas especificações. O passeio continua com a trilha no meio da mata, quando são guiados por um mapa, sempre com uma dose de diversão e aventura. "Essa aqui é a área de preservação ambiental dentro do Jabuti. Observem a floresta, os sons, as diferenças de temperatura e alguns animais", orienta a monitora Bombom. Dali, seguem para um breve descanso na "Nave do Conhecimento", para degustarem um caldo de cana fresco, colhido do próprio espaço.

No espaço, o minhocário oferece a oportunidade de uma aula de biologia "ao vivo"
No espaço, o minhocário oferece a oportunidade de uma aula de biologia "ao vivo"



Após receberem informações sobre botânica, diferentes culturas da região e benefícios da alimentação saudável, vão direto ao minhocário. Lá, têm a oportunidade de remexer a terra e pegar com as mãos as minhocas, ver sua estrutura de perto e vencer os medos. "As minhocas são animais invertebrados e possuem 12 pares de coração, sabiam?", diz a monitora. A aventura segue para a "Casa do Jabuti", espaço em que vivem vários animais dessa espécie e a criançada pôde ver a diferença entre machos e fêmeas, pela curvatura da barriga do bicho, tocar o casco e ver uma engraçada competição de corrida entre eles.

Por fim, os alunos vão à Estação da Pedra Lascada, onde têm a experiência de serem pequenos paleontólogos. Com a colaboração do Museu de Geociência da Universidade de São Paulo (USP), a estação disponibiliza uma coleção de réplicas de fósseis. Munidos de pincéis, começavam as pequenas escavações para encontrar os fósseis do tigre-dente-de-sabre, tubarão gigante, morcegos e dezenas de ovos. "Vocês vão usar pincéis para as escavações porque é preciso muito cuidado para não estragar os restos fósseis."

Segundo Adriana Kerche, coordenadora do espaço, muito do que os alunos aprendem em sala de aula só passa a fazer sentido quando vivenciado. "O que era apenas uma ideia, uma imagem, um texto torna-se real, visual e palpável, ampliando as experiências vividas, emoções sentidas e conceitos aprendidos pelo contato direto com a natureza" A proposta pedagógica do Jabuti obedece aos mesmos critérios pedagógicos utilizados pelas escolas. O aluno é desafiado, o tempo todo, a ampliar conhecimento experimentando atividades pedagógicas de forma interdisciplinar, sempre sob o acompanhamento de monitores treinados e especializados.

Além do passeio "A descoberta do tesouro fóssil", o Jabuti dispões de passeios com outros temas, como "Mergulho no planeta Terra", "Amigos da sustentabilidade", "Rainha doce e sua colmeia", "Um dia no campo", "Fábrica de Aves" e o mais recente inaugurado "Parque Aquático Navio Pirata", que oferece uma enorme piscina com uma estrutura de concreto armado e aço naval na forma de um navio, proporcionando uma imersão no universo das navegações, ambientada no período histórico do movimento pirata dos séculos XVI a XVIII.