Corintiano foi dado como morto após informações desencontradas; depois de exames, foi liberado e voltou para SP
Corintiano foi dado como morto após informações desencontradas; depois de exames, foi liberado e voltou para SP | Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo


"Na Segurança Pública não podemos prever aquilo que vai surgir aleatoriamente como foi o caso de hoje (ontem). Três ônibus e uma van (de corintianos) não cadastrados pararam próximo a sede da Império para confrontar a torcida (adversária). Isso foge do planejamento da Polícia Civil e Militar". Com essas palavras, o delegado da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), Clóvis Galvão, justificou o cenário de brutalidade que aconteceu entre os torcedores da organizada de Curitiba e corintianos que vieram até a capital paranaense, antes do jogo entre as equipes ontem pelo Brasileirão.

As imagens da briga logo foram analisadas pela Demafe e ainda no primeiro tempo do jogo o principal agressor - que desferiu chutes na cabeça do torcedor alvinegro, Jonatan José Gomes Souza da Silva - foi preso dentro do estádio. João Carlos de Paula assumiu a autoria do crime e foi identificado como integrante da torcida organizada. Ele não possuía antecedentes criminais. Agora, responderá pelo crime de tentativa de homicídio. Outras três pessoas foram identificadas e encaminhadas para a delegacia. O trio assinou um termo circunstanciado pelo crime de posse de drogas para consumo e foi liberado. "Prendemos um, outros três (que agrediram) foram identificados e faltam mais dois. Todos serão responsabilizados penalmente", complementou.

A cena que marcou, tristemente, o futebol brasileiro neste final semana foi de sete integrantes da Império agredindo o torcedor paulistano, que devido à informações desencontradas, foi dado como morto no meio da manhã. Depois, foi confirmado que o rapaz estava bem, passou por uma tomografia no Hospital do Trabalhador e foi liberado para retornar a São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, mais seis torcedores tiveram ferimentos leves e, depois de liberados pelo hospital, não prestaram queixas.

Os representantes da Polícia Civil e Militar relataram, em entrevista coletiva, que aguardavam às 7 horas da manhã, no posto Itaqui, 38 ônibus das torcidas organizadas corintianas pré-cadastrados para seguir em escolta policial até o Couto Pereira, o que ocorreu normalmente sem imprevistos. Segundo o comandante do 12º Batalhão da PM, tenente-coronel Wagner Lúcio dos Santos, o "embate ocorreu em virtude de três ônibus terem burlado todo o esquema de segurança e desembarcado próximo da sede da torcida organizada Império".

Por fim, o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Wagner Mesquita, ressaltou que a Demafe mantém um banco de dados atualizados com integrantes de todas as torcidas organizadas do Paraná. "Os integrantes (das torcidas) mantém relacionamento diretamente com a polícia, colabora com as investigações. Esse foi um fato pontual, grave e isolado". "Já estamos trocando informações com a Segurança Pública de São Paulo para podermos minimizar eventuais consequências deste evento no estado vizinho", referindo-se ao jogo do segundo turno da competição.