Uruguai campeão da Copa América. Alguém questiona a justiça com que a Celeste Olímpica conquistou esse título? O que mais se ouviu nos últimos dias foram comparações entre a seleção de Forlán e cia com a brasileira.
Os uruguaios têm algo que há muito tempo quem veste a camisa amarela não tem: alma, coração. Esse é o grande diferencial entre ambas. Enquanto os uruguaios tentavam se doar ao máximo para fazer história, para serem ícones de uma geração e assim resgatar o futebol de seu país, os brasileiros estavam preocupados em fazer o corte de cabelo mais ridículo, em assistir a novela, em ostentar o brinco, o cordão ou o relógio mais caro e chamativo.
No Brasil, o futebol deixou de ser sério há muito tempo e isso já foi para dentro dos gramados. O jogador não está nem aí para a seleção brasileira, para o patriotismo e tudo mais. Seleção é negócio, é dinheiro. Ser convocado não significa ser o representante do brasileiro dentro do campo, mas significa ser o próximo a arrumar um bom contrato na Europa.
A seleção brasileira de hoje é imagem e semelhança de seu proprietário, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O cara que está se cag... para o mundo inteiro, como ele mesmo disse, transformou o time que era orgulho nacional em uma feira livre, em que jogadores são expostos e depois negociados, em que amistosos caça-níqueis são agendados a peso de ouro, simplesmente para engordar os cofres da entidade em que se perpetuou.
A atuação brasileira na Copa América foi um reflexo disso. Perder é do jogo, omissão, descaso é inadmissível. E a seleção, há muitos anos é isso. O técnico é escolhido para jogar esse jogo. São muitos os casos de jogadores sem a mínima condição de estar na seleção, que tiveram uma ou duas convocações, foram vendidos e não apareceram mais entre os selecionáveis. Coincidências?
O torcedor aos poucos vai deixando de ser bobo e está igual Teixeira: se cag... para a seleção. Nesse clima de feira livre, o Brasil vai passando vergonha em campo, enquanto cartolas, empresários e jogadores vão ficando milionários. Sem falar na realização da Copa do Mundo por aqui e seus rios de dinheiro indo pelo ralo, ou pelos bolsos.
Só para registrar, a Segundona do Campeonato Paranaense não poderia se encerrar sem um rolinho ou um episódio vexatório. Um W.O. ou um time jogando para perder podem definir o acesso para a primeira divisão. Medíocre retrato do futebol paranaense, feito nas coxas e com a conivência dos clubes. Os mesmos que choram hoje são os que assinaram o regulamento meses atrás. E depois ainda querem saber porque o torcedor cada vez mais deixa de ir ao estádio.