Imagem ilustrativa da imagem Tecnologia a serviço do esporte
| Foto: Marcos Zanutto
"Eu jogo como zagueiro e me inspiro no David Luiz", disse o garoto Benjamim Ribeiro, que tem características de velocidade, resistência aeróbica e força



Conhecer as potencialidades físicas do corpo humano e minimizar suas fragilidades são essenciais para a formação de atletas de alto rendimento, que podem brilhar até nos Jogos Olímpicos. Para quem busca apenas saúde e bem estar, escolher a melhor alternativa é fundamental para obter resultados satisfatórios. Encontrar o melhor caminho pode ser facilitado através de um método inovador que revela capacidades biofísicas a partir das impressões digitais.
Único no mundo, o Leitor Dermatoglífico captura as impressões digitais, faz a leitura das combinações matemáticas e fornece informações científicas sobre características de força, velocidade, coordenação motora, potência e resistência. Tudo isso em apenas três minutos. Em relação ao método tradicional, que usava lupa e papel, o Leitor é quatro vezes mais preciso e dez vezes mais rápido. O laudo permite a prescrição correta de exercícios físicos para se atingir o objetivo.
Desenvolvido na Rússia na década de 1970, o método chegou ao Brasil no início dos anos 2000 e foi informatizado a partir de 2008, em um projeto de pós-doutorado, pelo professor doutor em Ciências da Saúde da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Rudy José Nodari Junior, e pelo engenheiro de software, Alexandre Heberle. O método está disponível em Londrina e já é utilizado por algumas academias.
O processo, construído pela Salus Dermatoglifia, utiliza um scanner óptico de rolamento (o mesmo usado para a confecção de passaportes), que coleta as impressões digitais, interpreta as imagens e constrói um perfil dermatoglífico.
"A impressão digital é a combinação de fatores genéticos e o ambiente gestacional, no qual o feto foi desenvolvido. Através desta marca genética é possível identificar as potencialidades físicas de cada um. Ter este laudo em mãos torna-se uma ferramenta importante para auxiliar os profissionais físicos na elaboração de treinamentos", frisou Heberle.
O engenheiro explica que a análise se faz em cima dos três elementos que compõem todas as impressões digitais humanas: arco, presilhas, que podem ser radial ou ulnar, e verticilo. O número de arcos vai determinar uma predominância da força, enquanto as presilhas se referem a velocidade e o verticilo a coordenação motora. A continuidade e formato das linhas também determinam as características. "A resistência é medida através do número de linhas entre o núcleo e o delta da impressão digital. Quanto mais linhas, mais resistência. Como exemplo, o Guga (Gustavo Kuerten) tem 190 linhas", revelou.
Heberle citou ainda que pesquisas apontaram que a maioria dos atletas de ponta possuem presilhas radiais na sua impressão digital e que o número máximo encontrado até hoje foi de três presilhas. "Um levantamento em 120 atletas de futsal de diversos países mostrou que mais de 90% deles possuem presilhas radiais. Pessoas com estas características vão atingir a excelência mais rápido e com menor esforço", apontou.
O método tem sido disseminado em vários países e ganhado destaque em publicações renomadas da área esportiva e de saúde. Atletas como Kaká e Falcão também foram submetidos ao processo, que recentemente foi exposto na Isokinetic, uma feira da Fifa, realizada em Londres. "Desenvolvemos também trabalhos com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), o time de futsal de Jaraguá do Sul (SC) e a seleção brasileira feminina sub-17", ressaltou Alexandre Heberle. O Leitor Dermatoglifico começa a ser utilizado também para pesquisas na área da saúde.