Para curar a ressaca

Depois da tentativa frustrada de escalar um novo lateral-esquerdo, treinador volta a dar uma chance para o titular Ayrton | Foto: Gustavo Oliveira/Londrina Esporte Clube

Pressionado dentro e fora de campo, o Londrina enfrenta o Oeste nesta terça-feira (26) na Arena Barueri e sabe que só a vitória pode trazer a tranquilidade de volta ao clube. O jogo vale pela 26ª rodada da Série B e começa às 20h30.
Com resultados ruins nas últimas duas rodadas – uma derrota fora e um empate no estádio do Café – o time se distanciou oito pontos do G4 e por isso não pode mais tropeçar se ainda quiser alimentar o sonho do acesso. Um novo insucesso em Barueri poderia aproximar o time perigosamente da zona do rebaixamento e instalaria de vez a crise no clube. O LEC está a seis pontos do Figueirense, que seria o primeiro rebaixado neste momento.

A falta de vitórias aumentou a pressão para cima dos jogadores e após o empate com o Santa Cruz os meias Celsinho e Rafael Gava e o lateral Telo foram afastados e não jogam mais pelo alviceleste. A cobrança se estendeu a outros jogadores que caíram de produção e, ao mesmo tempo, têm exagerado em atividades extracampo.

"Vinhamos em um momento bom e por isso estes dois resultados ruins frustrou a todos, inclusive nós e impactou para esta fase conturbada. Precisamos ganhar, acumular pontos e quem sabe daqui a pouco as coisas podem mudar para o nosso lado", afirmou o técnico Claudio Tencati.

A palavra de ordem no elenco é deixar para trás os dias tumultuados e focar no confronto desta terça. O Oeste é o sétimo colocado, com 38 pontos, e tem conseguido ótimos resultados dentro de casa. "É um jogo decisivo de dois times que estão brigando na parte de cima da tabela. É a oportunidade para mostrar para nós mesmos e para a torcida que estamos vivos na competição", frisou o zagueiro Édson Silva.

Tencati irá promover quatro alterações na equipe. Após a péssima atuação de Quaresma diante do Santa Cruz, Ayrton volta a ser titular na lateral-esquerda. Sem Germano, suspenso, Tencati vai escalar Romulo e Ricardinho foi o escolhido para o lugar do demitido Celsinho. A única dúvida do treinador é entre Negueba e Marcinho no ataque para jogar ao lado de Artur e Carlos Henrique. "Sabemos que temos que conquistar os seis próximos pontos para embalarmos e seguir no sonho do acesso", ressaltou Romulo, lembrando do duelo com o CRB na sexta-feira (29), no Café.

O time do técnico Roberto Cavalo conquistou 25 dos seus 38 pontos na Arena Barueri e aposta neste retrospecto para encostar nos primeiros colocados. O destaque do Oeste é o experiente Mazinho, ex-Palmeiras. "Vai ser um jogo dificílimo. Eles estão muito perto da zona de classificação e por isso haverá uma mobilização geral para esta partida. Temos a vantagem de podermos jogar em um gramado excelente e com pouca pressão de torcida", lembrou Tencati.

Em Barueri

Oeste: Rodolfo; Daniel Borges, Joilson, André Vinícius e Guilherme Romão. Betinho, Lidio e Raphael Luz. Mazinho, Robert e Danielzinho. Técnico: Roberto Cavalo

Londrina: César; Reginaldo, Dirceu, Édson Silva e Ayrton. Romulo, Jardel e Ricardinho. Artur, Carlos Henrique e Negueba (Marcinho). Técnico: Claudio Tencati

Árbitro: Daniel Nobre Bins (RS)
Horário: 20h30
Local: Arena Barueri

'Temos que seguir', diz Tencati após demissões
A dispensa de Celsinho, Rafael Gava e Telo ainda é o assunto predominante no Londrina. O tema foi o mais comentado na entrevista coletiva de segunda-feira (25), mesmo sendo a véspera da partida contra o Oeste.

O técnico Claudio Tencati afirmou que foi uma decisão da diretoria do clube e, que apesar de ter sido convocado para uma reunião na manhã de sábado (23), o afastamento dos atletas já havia sido definido pelo gestor Sérgio Malucelli. "Algumas situações em relação a desempenho já vinham sendo colocadas há algum tempo. As decisões foram tomadas e agora temos que cumpri-las e seguir em frente", frisou.

O treinador reconheceu que a notícia causa um desconforto no elenco, mas ao mesmo tempo entende que pode ser uma injeção de ânimo para a sequência da Série B. "Há um abatimento e uma chateação porque é um companheiro de trabalho. Por outro lado, se espera uma resposta mais rápida e um foco diferente e fica o alerta de que não pode ficar acomodado senão pode perder o emprego".

Para o zagueiro Édson Silva, a decisão pegou a todos os jogadores de surpresa, mas que cabe ao grupo de atletas focar e mirar uma rápida recuperação no Brasileiro. "O nosso papel é dentro de campo. A decisão foi tomada pela diretoria e temos que procurar esquecer e seguir o trabalho", afirmou.

Em relação a cobrança feita pelo gestor sobre a queda de rendimento nas últimas partidas, o experiente zagueiro acredita que serviu muito mais de motivação do que de pressão. "A conversa foi mais sobre o jogo com o Santa Cruz, que realmente fizemos abaixo do esperado e principalmente dentro de casa onde vínhamos com bons resultados. Mas, foi uma conversa muito mais para nos incentivar e para não abaixarmos a cabeça e acreditarmos até o fim". (L.F.C.)