Londres - A Austrália tem muito mais expectativas nos 100 metros livre do que o Brasil. Pertence ao excepcional celeiro de nadadores da Oceania o favoritismo na prova. Cesar Cielo, bronze em Pequim há quatro anos na ''prova rainha'' da natação, situa-se este ano em nono lugar no ranking, com o tempo de 48s26, alcançado em abril, no Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro.
Já o australiano James Magnussen, nadou este ano em 47s10. Com traje têxtil, ficou a apenas 19 centésimos do recorde mundial registrado por Cesar Cielo (46s91) no Mundial de Roma, em 2009, quando ainda era permitido o uso dos supermaiôs. Com 21 anos, Magnussen ganhou o apelido de ''Míssil''. Ele deixou seu país com expectativa de retornar para lá com quatro ouros. Decepcionou logo no primeiro teste, o revezamento 4x100m, no último domingo. Largou na primeira perna, mas cumpriu a sua parte em 48s03, atrás de Nathan Adrian. Os outros três (Matt Target, Eamon Sullivan e James Roberts) tampouco foram bem e deixaram o país fora do pódio, atrás de França, Estados Unidos e Rússia.
Mas há quem veja uma participação assim como uma boa oportunidade de ''quebrar o gelo''. Antes de nadar as eliminatórias em 2008, Cielo caiu n'água no 4x100m. O Brasil ficou em 16.º lugar. Ainda foi mal na semifinal dos 100 metros. Mas se recuperou e conseguiu o bronze, o que serviu de grande motivação para, dias depois, conquistar o ouro nos 50 metros livre.
Desta vez, preferiu se poupar. Sem ele, o 4x100m do Brasil naufragou na eliminatória - ficou em nono. Cesar Cielo decidiu armazenar toda a energia para o desafio dos 100 metros.
O norte-americano Nathan Adrian, o melhor da primeira perna do revezamento (48s13), mostrou que está em excelente forma em Londres. Yannick Agnel, da França, e outro australiano, James Roberts, segundo no ranking, são nomes fortes.
As eliminatórias dos 100 metros livre começam às 6 horas (de Brasília). Cielo nada na sexta bateria. À tarde, caso se classifique, nada por volta de 15h30. A final será na quarta, às 16h20.
200 metros medley
Depois de surpreender nas eliminatórias, a brasileira Joanna Maranhão não conseguiu acompanhar o ritmo das rivais nas semifinais, ontem, e foi eliminada nos 200 metros medley. Ela fez apenas o 15.º tempo, com 2min14s74.
Hoje, Joanna voltará ao Centro Aquático para disputar as eliminatórias dos 200 metros borboleta. Ela também estava inscrita nos 400 metros medley, no sábado, mas desistiu da prova após sofrer mal-estar, que lhe causou uma queda e um corte no supercílio.
Entre os homens, só decepção. Kaio Marcio Almeida e Leonardo de Deus nadaram ontem e não conseguiram avançar à semifinal dos 200 metros borboleta, prova na qual ambos estavam entre os 10 melhores do mundo. O nadador do Fluminense terminou com o 17 º tempo geral, empatado com o britânico Joe Roebuck. A organização dos Jogos chegou a marcar uma prova desempate, para alguns minutos depois, mas ela acabou cancelada.