Pode parecer contraditório, mas após quatro gols e duas assistências, o atacante Neymar foi vaiado por sua própria torcida na vitória de 8 a 0 sobre o Dijon, nesta quarta-feira, pela 21.ª rodada do Campeonato Francês. Isso em uma noite na qual teve o seu melhor desempenho com a camisa do Paris Saint-Germain.

Tudo aconteceu no final do duelo, quando o placar apontava 7 a 0 para os donos da casa. O uruguaio Edinson Cavani sofreu pênalti e, caso marcasse o seu segundo gol no jogo, se tornaria o maior artilheiro da história do Paris Saint-Germain, pois antes ele já havia igualado no próprio confronto a marca de 156 gols do sueco Zlatan Ibrahimovic.

Só que Neymar pegou a bola e caminhou até a marca do pênalti para fazer a cobrança. Cavani não disse nada, nem reivindicou bater a penalidade. Neste momento, muitos torcedores do Paris Saint-Germain gritaram o nome de Cavani e vaiaram Neymar quando o brasileiro se posicionou para dar o chute. Ele cobrou com perfeição, comemorou e foi cumprimentado pelo próprio Cavani e seus companheiros.

Ao final do jogo, ao deixar o gramado, ele não quis dar entrevista para a emissora de televisão. Apenas recebeu o prêmio de melhor em campo e foi para o vestiário com um semblante sério. No campo, todos os outros jogadores foram cumprimentar os torcedores após a goleada.

O técnico Unai Emery minimizou o episódio e deu total apoio a Neymar por sua atitude. "Nosso líder em campo é o Neymar. O time está melhor com ele e o clube fez um grande esforço para ter jogadores importantes como ele. Atletas como Neymar, Daniel Alves e Kylian Mbappé dão excelência à equipe", explicou.

O treinador do Paris Saint-Germain lembrou ainda que Cavani terá outras oportunidades para alcançar a marca inédita. "Ele é o nosso artilheiro e o time o ajudou a alcançar essa estatística individual. O Neymar bateu o pênalti porque estava em uma noite inspirada. Estamos felizes e sei que haverá mais oportunidades para Cavani fazer os gols".