Wroclaw, Polônia - Depois de ficar um período de nove dias com o grupo reunido, para as vitórias sobre Iraque (6 a 0) e Japão (4 a 0), Mano Menezes pede colaboração e compreensão dos clubes brasileiros para que facilitem a liberação de jogadores para defender o Brasil nos amistosos até a Copa das Confederações de 2013. "Todos ganham com uma seleção forte", disse o treinador.
Durante esse período de nove dias de trabalho na Europa, Mano pôde consolidar seu esquema tático, sem a presença de um centroavante fixo e com grande movimentação do meio para frente. Mas o treinador admite que não pode ficar refém desse sistema e, por isso, convocará atacantes que costumam ficar fixos na área para poder ter opções de jogo.
Para cumprir essa função, os mais cotados são Fred (Fluminense) e Luis Fabiano (São Paulo), que estão disputando a artilharia do Brasileirão. Por isso, os dois devem ganhar oportunidades nas próximas convocações da seleção. Já Alexandre Pato ficou mais atrás nessa disputa, diante das seguidas lesões musculares que vem sofrendo no Milan.
O problema é que, para testar esses jogadores e novas opções táticas, Mano conta com pouco tempo, um agenda conturbada e a reclamação de clubes europeus e brasileiros, o que dificultará seu objetivo de formar um conjunto e dar identidade ao time do Brasil.
Em novembro, os dois amistosos que a seleção disputará estão fadados a críticas. No dia 14, para enfrentar a Colômbia, nos Estados Unidos, clubes europeus já deixaram claro que não estão dispostos a liberar jogadores. Isso porque há um acordo com a CBF de não realizar amistosos que signifiquem viagens de mais de cinco horas para os atletas.
Já no dia 21 de novembro, no Superclássico das Américas, contra a Argentina, em Buenos Aires, será a vez dos clubes brasileiros reclamarem da seleção. Afinal, o Brasileirão estará na reta final, com jogos decisivos, e ainda existe o caso do Corinthians, que se prepara para a disputa do Mundial, em dezembro, no Japão.
Mano apelou aos clubes para que cedam seus jogadores. "Vamos contar novamente com a compreensão dos clubes", disse o técnico, após a vitória sobre o Japão na última terça-feira. "O crescimento é bom para todo mundo. O torcedor brasileiro vai aumentar sua autoestima, passa a acreditar mais e isso é vital para o futebol brasileiro."
A CBF vem costurando um entendimento para evitar prejudicar os clubes e mas garantir a liberação de jogadores que permitam a formação de um conjunto para a seleção.
Outro obstáculo que Mano tem é a falta de um período mais longo para treinamentos. Apesar de dois amistosos em novembro e um em fevereiro contra a Inglaterra, em Londres, o treinador só voltará a ter tempo para fazer ajustes e treinar em março de 2013, quando a Fifa disponibiliza duas datas para amistosos de seleção.