Imagem ilustrativa da imagem Mãe coragem
| Foto: Fotos: Ricardo Chicarelli
Dona Ilaídes chora a morte do filho e, ao mesmo tempo, consola os que sofrem com seu abraço materno
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Campeão pelo LEC em 2011, Danilo conquistou a torcida alviceleste e entrou para história do clube


Se existe um símbolo de força, amor e fé em meio a toda essa tragédia com a equipe da Chapecoense e jornalistas mortos no acidente aéreo na Colômbia, o nome dela, incontestavelmente, é Ilaídes Padilha, mãe do goleiro Danilo. Se o apelido do atleta era "Paredão", sua mãe, sem dúvida, pode ser considerada uma fortaleza, em todos os sentidos.
Uma guerreia que começou a ser acolhida pelos brasileiros depois do abraço de conforto ao repórter Guido Nunes, da SportTV, que emocionado, não conseguiu segurar as lágrimas. Na Arena Condá, viu o nome do seu filho gritado por toda a torcida e, sempre solícita em meio aquela chuva toda, abraçou torcedores, concedeu entrevistas e se mostrou forte neste momento de dor insuportável.

Ontem, foi a vez do repórter desta FOLHA ser abraçado por Dona Ilaídes. Em meio a uma dor imensa e já cansada de toda exposição, ela me abraçou, segurou pelo braço e disse: "Quero que você faça uma reportagem bem bonita do Danilo". Confesso, foi difícil segurar as lágrimas.
Numa conversa rápida, Ilaídes disse que se sentiu abraçada por todo o Brasil e o mundo durante esta semana. "O Danilo era liderança, heroísmo, amor e não está fácil ver ele desta forma como está ali... Lá em Chapecó, todos vinham me contar uma história boa do meu filho, com as lágrimas correndo no rosto. Eu não sabia que ele era tão amado assim".

A mãe do Paredão ainda lembrou a importância de Londrina para o atleta. Disse que aqui na cidade ele se "sentia em casa" e foi a primeira vez que alugou um apartamento como atleta, já que antes sempre estava em alojamentos. "Londrina era a casa do Danilo e depois do Cianorte, foi o primeiro lugar que se identificou de verdade. Foi em Londrina que ele arrumou a esposa dele e foi lá que chegou o meu neto. Teve um jogo do Londrina que minha nora passou mal e todos já falaram que ela estava grávida. Foi no time em que ele começou a se tornar o herói que virou em Chapecó".

"E agora, Dona Ilaídes, o que vamos fazer sem ele?". A resposta desta pergunta tão difícil está no pequeno Lorenzo, filho de Danilo e Letícia, neto de Ilaídes. "Nós vamos fazer que ele seja o Danilo do futuro, numa versão melhor ainda. Costumo dizer que o meu marido era um aparelho mais antigo, o Danilo era o CD e nós vamos fazer do Lorenzo um pen-drive. O Danilo não teve grandes oportunidades quando jovem, mas com o Lorenzo nós vamos fazer isso acontecer desde criança", complementou ela, como uma força divina. (V.L)