A informação dada pelo técnico Ênio Vecchi à rádio Paiquerê AM na terça-feira à noite de que o astro Leandrinho, da milionária NBA, a liga norte-americana de basquete, queria atuar por Londrina no Novo Basquete Brasil (NBB) sacudiu a cidade. Ontem, o próprio ala/armador do Phoenix Suns confirmou à FOLHA o desejo de vestir a camisa vermelha e branca londrinense caso o time avance aos playoffs do NBB.
Em entrevista exclusiva por telefone, Leandrinho contou como surgiu a ideia. A ''culpada'' por ter deixado o jogador com desejo de matar a saudade do basquete brasileiro foi a esposa dele, a atriz global Samara Felippo.
Leandrinho tem uma ligação muito forte com o Campos do Conde/Sercomtel/Londrina. O sobrinho dele, Eduardo, compõe o elenco da equipe. Além disso, ele tem amizade com o ala Rodrigo Santana, o Ratinho, com o técnico Ênio Vecchi, e com o diretor técnico José Eduardo Vicente, o Leitinho.
O mais empolgado com a possibilidade de ver Leandrinho com a camisa londrinense é o irmão dele, Artur Barbosa, pai de Eduardo. ''Fiquei feliz pra caramba. Poder ver ele jogando com o Eduardo'', confessou.
Artur já montou a operação para viabilizar a questão burocrática para Leandrinho atuar em Londrina. Para conseguir a liberação do Phoenix, ele teria que ter um seguro semelhante ao que faz quando atua pela seleção brasileira. ''Já entrei em contato com a CBB e com a Liga para que elas paguem o seguro. Como a seleção terá que fazer o seguro para que ele dispute o Mundial, só anteciparíamos isso. É uma questão lógica'', apontou Artur. O outro problema burocrático é mais complicado. As inscrições de novos atletas terminaram ao fim do primeiro turno e a entrada de Leandrinho dependeria de um consenso entre os clubes.
Para o técnico Ênio Vecchi, poder contar com a estrela do Suns seria algo inimaginável. ''Custei para acreditar que ele queria jogar aqui. Seria sensacional para o nosso time, para o NBB, para o basquete brasileiro. Quando contei para os jogadores, eles ficaram maravilhados'', disse o treinador.
Leandrinho fez essa semana seu primeiro treino com bola desde o dia 26 de janeiro, quando passou por uma cirurgia para remover um cisto no pulso direito. A expectativa é de que o camisa 10 volte às quadras no jogo de amanhã, contra o Los Angeles Lakers, uma vez que o Phoenix dificilmente poderá contar com o armador canadense Steve Nash e seu reserva, o esloveno Goran Dragic, ambos também recuperando-se de lesão.
Na entrevista, o jogador falou ainda do momento do basquete brasileiro, da seleção e cravou, sem medo de errar que o Brasil vai brigar por um lugar no pódio, no Mundial da Turquia, em setembro. Confira:
Folha: Como surgiu a possibilidade de defender o Londrina no NBB?
Leandrinho: Eu sempre tive interesse em participar do basquete brasileiro. Londrina foi ao Rio de Janeiro jogar contra o Flamengo. O Eduardo jogou um pouquinho e minha esposa estava no ginásio. Perguntei a ela como estava o time, se tinha dado aperto no Flamengo e ela falou que o time precisava de um reforço. Foi então que comentei com meu irmão (Artur Barbosa), sobre a possibilidade de eu ir jogar aí. Tenho muita saudade de jogar no Brasil. Conheço o Ênio, o Ratinho, joguei com o Leitinho no Palmeiras e, além disso, Londrina é uma cidade maravilhosa. Tive grandes momentos aí.
Folha: Você já falou com o Phoenix sobre isso?
Leandrinho: Não comentei, não. Mas isso não tem muita influência. É uma decisão minha, pois seria uma espécie de preparação antes de me apresentar à seleção para o mundial.
Folha: Queria que você comentasse sua ligação com o técnico Ênio Vecchi.
Leandrinho: Meu irmão foi treinado pelo Ênio no Continental e eu tive alguns treinos com ele na seleção brasileira. O trabalho dele é fora de série. É um cara que conhece muito de bola.
Folha: Você tem noção do que significaria sua presença em quadra com a camisa do Londrina não só para o time, mas para todo o campeonato e para o basquete brasileiro?
Leandrinho: Não tenho noção, não. Mas é um orgulho muito grande de participar do NBB, de estar ao lado do meu sobrinho, que tem tudo para se tornar um grande jogador.
Folha: Você tem acompanhado o NBB? Qual a sua avaliação?
Leandrinho: Converso muito com o Alex (do Brasília) e o Jéfferson William (do Flamengo) e de vez em quando entro na internet para ver como anda. Até acompanhei o All Star Game daí (o Jogo das Estrelas) e foi bem legal. Sei que o torneio está evoluindo muito e tem muito mais a evoluir ainda.
Folha: Vamos falar de seleção. O basquete brasileiro passa por uma nova fase, que é de muita esperança de dias melhores. Você achou acertada a contratação do argentino Rubén Magnano? O que ele pode trazer de bom para o Brasil?
Leandrinho: Ele vai trazer resultados para o Brasil, que é o que o país está procurando. Tem um currículo forte, foi campeão olímpico e sabe o que precisamos. O que ele fez com a Argentina, vai fazer ainda melhor com o brasil. Os resultados vão chegar e o Brasil vai chegar ao topo.
Folha: Recentemente, Magnano esteve nos Estados Unidos para conversar pessoalmente com você, com o Anderson Varejão e com o Nenê. Como foi o encontro?
Leandrinho: Foi um encontro maravilhoso, produtivo. Entendi o projeto dele e senti que o grupo está fechado com ele. Com a volta do Nenê, ficaremos ainda mais fortes e experientes.
Folha: Com você, o Varejão e o Nenê, além dos jogadores que atuam na Europa e alguns do NBB, você acha que o Brasil é candidato ao pódio no Mundial da Turquia?
Leandrinho: Olha, se eu falar que não, estou mentindo. Temos um grande time e fizemos um grande papel no pré-mundial. Formamos um time forte e que pode chegar às cabeças.